A Polícia Civil indiciou por maus-tratos e abandono os pais de um jovem de 19 anos que morreu no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) dia 11 de agosto de 2015.

Conforme a Polícia Civil, os ferimentos do jovem eram compatíveis com os de abuso sexual. De acordo com o Husm, o jovem morreu em consequência de abusos sexuais recorrentes. Ele apresentava ferimentos no ânus e no órgão sexual. A causa da morte, apontada pelo laudo da necropsia, foi infecção generalizada.

O jovem (o nome não foi revelado) chegou ao Husm dia 9 de agosto. Ele teria sido deixado na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) pelo pai. Como o caso era grave, a UPA encaminhou o paciente, sozinho, ao Husm. Depois de passar por cirurgia, o jovem acabou morrendo de infecção generalizada dois dias depois da internação.

De acordo com o delegado Marcelo Arigony, apesar de o trabalho de investigação, a polícia não conseguiu identificar o responsável pelos ferimentos. No entanto, há convicção de que o jovem sofria abandono e maus-tratos dos pais, de 49 e 50 anos, desde que nasceu.

"Havia, também, a informação de que o jovem teria algum tipo de deficiência mental, o que não conseguimos confirmar", diz. "A família é miserável, com poucas condições. O trabalho foi bem difícil".

O laudo recebido pela polícia indicava que as lesões que resultaram na infecção generalizada eram compatíveis com violência sexual. A suspeita que levou à instauração do inquérito era "possível abuso sexual que acabou levando às lesões e, dessas lesões, evoluiu para uma infecção generalizada que levou à morte". O delegado Arigony conta que o caso é difícil e que ouviu o máximo de testemunhas para levantar informações.

Conforme o Núcleo de Vigilância Epidemiológica do Husm, que recebe e identifica casos de violência sexual, não há dúvida de que o jovem morreu em consequência de lesões causadas por violência sexual.