Mistério na Capital
Sumiço de PM aposentado completa três meses e família lamenta falta de pistas
Wilson Rodrigues dos Santos, 77 anos, sumiu em outubro do ano passado
A cada dia 7, a família do policial militar aposentado Wilson Rodrigues dos Santos, 77 anos, marca no calendário mais um mês sem respostas sobre o seu desaparecimento. Nessa data, em outubro passado, a rotina do idoso, de ligar pelo menos uma vez por dia para o genro, Mauro Silveira, 50 anos, foi quebrada. Não voltou a procurar Mauro, nem a filha ou os dois netos.
– Nos sentimos completamente desamparados, abandonados. Não temos nenhuma resposta da polícia sobre o caso, nenhuma linha de investigação. Só dizem que temos de esperar. Isso é muito complicado para a gente – conta Mauro.
Desaparecimento de líder comunitário completa meio ano de silêncio
Logo depois de registrar ocorrência, a família ficou sabendo que o Uno Mille do sogro havia sido encontrado incendiado na Estrada do Rincão, entre a Zona Leste e a Zona Sul da cidade. No local, nenhum sinal dele ou das cachorrinhas Ximena e Catuchinha, também desaparecidas. As armas que ele levava, dois revólveres, não foram encontrados. Não houve movimentação na conta bancária do aposentado. O último saque, no começo daquele mês, teria sido feito pelo próprio Wilson. A casa, no Bairro Lomba do Pinheiro, na Capital, segue fechada.
No final do ano, o local foi arrumado, árvores foram podadas e o lixo acumulado foi removido. A expectativa, entretanto, de ver a residência ser novamente ocupada pelo morador é pequena.
– Quando disse isso na polícia, nossa, já queriam saber por que eu achava isso, o que me levava a dizer. Mas, infelizmente, acreditamos que ele não está vivo. Ele iria nos procurar, dar um sinal – diz Mauro.
“Caso é prioritário”, afirma delegado
Titular da 5ª DHPP, responsável pela investigação, o delegado Adriano Melgaço diz que nenhuma das linhas de investigação seguidas pela polícia deu frutos até o momento. Ele garante que o trabalho não está parado e que a equipe segue mobilizada.
– Colhemos diversos depoimentos e fizemos muitas diligências. Fomos atrás de relacionamentos do desaparecido, de outros familiares, de amigos, até de desafetos de amigos que nunca tiveram contato com ele. Nada de concreto até agora – conta o delegado.
A queixa da família de se sentir abandonada e sem informações é rechaçada. Segundo ele, todos os familiares que procurarem a delegacia serão recebidos e bem informados.
– Jamais deixaremos de atender os familiares que vierem buscar informações. Vamos explicar tudo o que estiver ocorrendo, desde que isso não atrapalhe a investigação. Posso afirmar que tratamos o caso como prioritário – afirma o policial.
Se você tiver informações, ligue para 8530-7894 ou para o 0800-6420121.