Centro de Porto Alegre
Polícia investiga mais três empresas suspeitas de enganarem idosas com o golpe do book fotográfico
Aliciadores recebiam treinamento e tinham metas: precisavam convencer um número mínimo de vítimas por dia
A investigação da Polícia Civil apurou que os estúdios fotográficos que praticavam o golpe do book, enganando idosas no centro histórico de Porto Alegre, contavam com treinamento e os aliciadores tinham metas a cumprir. O esquema foi alvo da Operação 15x21, em 30 de outubro. Na ocasião, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em seis empresas. Durante a apuração, outros três estúdios passaram a ser investigados.
Pelo menos 27 novas vítimas procuraram a polícia na última semana. Segundo a delegada Larissa Fajardo, da Delegacia do Idoso, um levantamento sobre a movimentação financeira destas empresa apurou que a circulação de valores era exorbitantes.
— A movimentação de alguns estúdios está na casa dos R$ 100 mil. A partir dos objetos apreendidos, percebemos uma forma de atuação, um treinamento para a abordagem das idosas, o que demonstra a premeditação do crime — disse.
De acordo com a delegada, os golpistas que atuavam como aliciadores faziam uma espécie de treinamento. Algumas frases tinham de ser ditas pelos estelionatários na abordagem das vítimas. Eles deveriam convencer um número mínimo de idosas por dia. A polícia também encontrou recomendações sobre a forma como as fotos deveriam ser feitas, incluindo roupas e acessórios a serem utilizados e orientações para o posicionamento da modelo. Segundo Larissa, algumas indicações tinham cunho pejorativo, como: “tira foto dela deitada, mesmo que seja gorda.”
— Temos um total de 60 ocorrências registradas até agora, mas há uma infinidade de vítimas. Tivemos comprovações a partir do material apreendido — explica a delegada.
Delegacias localizadas em Taquari, Canoas, Pelotas e Gravataí receberam idosas que relataram ter passado por situações semelhantes.