Ação em 12 cidades
Áudios e imagens revelam ostentação, tráfico de armas e de drogas de facção do Vale do Sinos
Polícia Civil prendeu 38 traficantes que ameaçavam agentes e apreendeu R$ 3,5 milhões em bens
Após operação policial deflagrada nesta sexta-feira (7), a Polícia Civil divulgou áudios e imagens que estavam em celulares apreendidos de integrantes de uma facção criminosa do Vale do Sinos. Foram presas 38 pessoas em 12 cidades gaúchas. Os materiais foram usados como provas para o inquérito que apura lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e ameaças a agentes policiais.
Em sete meses, a 3ª Delegacia Regional Metropolitana investigou 48 suspeitos. O trabalho começou depois que uma comissária e um inspetor de polícia de São Leopoldo foram ameaçados de morte.
Foram apreendidos judicialmente quatro imóveis, avaliados em R$ 2,5 milhões, e cerca de 30 veículos que valem, ao todo, R$ 1 milhão. Outras 35 contas bancárias foram analisadas, com valores que podem superar R$ 5 milhões.
De acordo com o delegado responsável pelo inquérito, Ayrton Figueiredo Jr, um dos líderes do esquema criminoso seria Márcio Fabiano de Carvalho, o Márcio Gordo, que está detido na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).
Ele tem ligações com outros dois presos que foram enviados para penitenciárias federais no ano passado, mas que retornaram ao RS. Um dos seus aliados seria Benhur Flores Pereira, que esteve envolvido na construção de um túnel, em 2017, para escapar do Presídio Central.
Márcio Gordo também já esteve em prisões federais no Paraná e em Rondônia, onde manteve contatos com criminosos de São Paulo e do Rio de Janeiro. Uma investigação paralela da polícia apontou envolvimento dele em um plano para executar juízes, policiais e um agente da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase) de Novo Hamburgo, que foi assassinado em uma emboscada no início de 2017.
Áudios
Os áudios apreendidos pela polícia revelam detalhes sobre o tráfico de drogas, como remessas de entorpecentes para outras regiões do Estado, e movimentação financeira da organização criminosa.