Operação policial
Polícia mira facção que expulsou moradores de condomínio do Minha Casa Minha Vida em Canoas
Cerca de 100 policiais cumprem 20 mandados judiciais, sendo nove de prisão contra homens apontados como executores da organização criminosa
A Polícia Civil e a Brigada Militar realizam, na manhã desta sexta-feira (31), operação para prender nove suspeitos de homicídios na região metropolitana de Porto Alegre. Todos seriam integrantes de uma facção criminosa – com base na zona leste da Capital – que expulsou moradores de um condomínio financiado pelo programa Minha Casa Minha Vida no bairro Guajuviras, em Canoas, para esconder os investigados.
A ação é coordenada pela 2ª Delegacia Regional Metropolitana, junto com o Comando de Policiamento Metropolitano da BM, e conta com cerca de 100 agentes – pelo menos 40 da Polícia Civil e cerca de 60 da Brigada, do 15º Batalhão. Até as 7h, seis pessoas haviam sido presas – uma em flagrante e cinco com mandados.
O condomínio foi cercado por volta das 6h30min para o cumprimento de 20 mandados, sendo nove de prisão temporária e 11 de busca. Apenas uma das ordens judiciais de apreensão foi cumprida em outro local, em uma residência no bairro Niterói.
A ofensiva também busca apreender armas, droga, dinheiro e possíveis provas dos homicídios que teriam sido cometidos pelos investigados. Segundo o delegado Mario Souza, os suspeitos eram acionados para executar rivais, desafetos e devedores do tráfico de drogas – em três meses, teriam ocorrido quatro homicídios e uma tentativa.
Depois de identificar demais suspeitos e os crimes cometidos, Souza afirma que o segundo passo será localizar os moradores expulsos para que eles possam reaver suas residências. Segundo a apuração, pelo menos 15 foram expulsos pelo grupo.
Já o delegado Thiago Carrijo, da Delegacia de Homicídios de Canoas, diz que foram três meses de investigação e destaca que, nesse período, pelo menos sete moradores do condomínio tiveram os apartamentos usados pela facção para esconder suspeitos de assassinatos. Por enquanto, os nomes dos presos não estão sendo divulgados, pelo menos até a conclusão do inquérito.
— Os traficantes, que já tinham o costume de expulsar moradores em algumas comunidades para usar as residências para esconder drogas e armas, ou até mesmo para usar como ponto de venda, agora também estão fazendo isso para esconder os executores da facção. Vamos coibir isso o máximo possível — explica Carrijo.