Indicadores da criminalidade
Homicídios aumentam 10,6% em fevereiro no RS
No mês passado, foram 167 assassinatos contra 151 ante igual período de 2019
O número de vítimas de homicídio em fevereiro deste ano aumentou. Segundo dados da Secretaria da Segurança Pública, divulgados nesta quinta-feira (12), foram 167 vítimas no mês passado contra 151 ante igual período do ano passado. Isso representa crescimento de 10,6%.
Em Porto Alegre, o total de vítimas de homicídio no mês passado também teve alta em relação ao ano passado. Na Capital, foram 28 casos neste ano contra 23 em 2019 — salto de 21,7%.
A pasta ressalta que cinco dos assassinatos registrados em fevereiro de 2020 no Estado aconteceram no dia 29 do mês, dia extra em relação a 2019 devido ao ano bissexto. Nos homicídios registrados na Capital, um dos assassinatos foi no dia 29.
Entre os latrocínios (roubos com morte) no RS, o número de ocorrências em fevereiro subiu, de 2019 para 2020, de cinco para seis — aumento de 20% para este ano. Na Capital, que não registrou roubo com morte em fevereiro do ano passado, houve um roubo com morte em 2020.
Chefe da Polícia Civil, a delegada Nadine Anflor afirma que não há um motivo específico que explique o aumento.
— É algo muito sazonal. Nos primeiros dias de março, por exemplo, a gente começou a analisar um queda nesses indicadores. No ano passado, percebemos uma diminuição significativa nos números e sabíamos que mantê-los em queda seria muito difícil. Mas nossa meta é manter o padrão do ano passado, vamos trabalhar para isso — afirma.
Outro crime que aumentou no Estado é o de feminicídio. O indicador subiu de um assassinato, em 2019, para cinco, no mês passado. Outros quatro indicadores monitorados pela secretaria do governo também cresceram. Tiveram aumento as ocorrências de ameaça (2,1%), lesão corporal (8,7%), estupro (9,8%) e tentativa de feminicídio (21,7%).
Segundo a pasta, "embora os índices reflitam em parte a ampliação das notificações, com maior disposição e suporte das mulheres em romperam o silêncio imposto pelo ciclo de violência", os números também "evidenciam a urgência de a sociedade promover uma mudança estrutural de cultura, que rejeite o machismo e promova o respeito e a igualdade entre gêneros como base de todas as relações".
— A Segurança Pública sozinha não vai reduzir os indicadores de feminicídio. Muitas vezes esses crimes ocorrem dentro das residências, onde temos menor acesso. É um problema que precisa envolver família e sociedade. É preciso que todos se conscientizem, vítima e comunidade — afirma a delegada Nadine.
Tráfico de drogas
Conforme a SSP, o estudo mensal dos indicadores criminais, realizado pela Gestão de Estatística em Segurança (Geseg), identificou que três quartos dos homicídios que ainda acontecem no Estado "têm origem nas disputas entre organizações criminosas e, não raro, são ordenados por criminosos que mantêm influência sobre seus bandos mesmo já estando presos."
A pasta ainda enumerado que enviou líderes de facções para fora do Estado: "para desarticular a cadeia de comando e enfraquecer a atuação dessas quadrilhas, além de reestruturar o rigor da aplicação penal no sistema carcerário gaúcho, a SSP e a Seapen deflagraram no último dia 3 a Operação Império da Lei."
A ofensiva efetivou a transferência de 18 líderes de organizações criminosas para penitenciárias federais fora do RS e contou com a participação de 15 instituições do Estado e da União.