No bairro Partenon
Decretada prisão de suspeitos de ataque a tiros que matou adolescente e deixou jovem ferido em Porto Alegre
Polícia Civil identificou os dois homens, que estão foragidos, por envolvimento na morte de Raíssa Adriana Tim Farias, 13 anos, ocorrida na semana passada
A pedido da Polícia Civil, foram decretadas as prisões temporárias de dois suspeitos do ataque a tiros ocorrido no dia 28 de dezembro, dentro de uma casa na Rua Paulino Azurenha, bairro Partenon, zona leste de Porto Alegre.
Dois homens foram identificados e são considerados foragidos. Segundo a investigação, há indícios suficientes que comprovariam o envolvimento deles no crime, que causou a morte de Raíssa Adriana Tim Farias, 13 anos, e na tentativa de homicídio de um jovem de 21 anos.
Os suspeitos são Paulo Ricardo Caetano Gurkas Neto, 18 anos, que já foi preso por suspeita de tráfico de drogas, e Lucas Lopes Laureano, 19 anos, com passagens pela polícia desde quando era adolescente por tráfico de drogas (quatro vezes) e um homicídio — que o levou a ter prisão preventiva decretada pela Justiça.
Segundo o delegado Guilherme Gerhardt, titular da 1ª Delegacia de Homicídios da Capital e que investiga o caso, os dois foram detidos juntos, no ano passado, por porte ilegal de armas em Viamão. Ambos, contudo, foram soltos dias depois.
Motivação
O ataque ocorreu na noite da segunda-feira da semana passada. Wellerson Rian Oliveira de Moura, que seria o alvo dos criminosos, levou 16 tiros, e a adolescente, quatro. Raíssa foi baleada quando tentava se esconder dos atiradores, dentro da residência.
A polícia diz que o fato tem relação com o tráfico de drogas, já que Moura também tem antecedentes por este crime. Ele segue hospitalizado.
Gerhardt diz que Moura e os dois investigados eram amigos, mas Gurkas Neto e Laureano teriam sido expulsos por traficantes da Vila Maria da Conceição, em 2017, por desviar dinheiro e não dividir com a facção. Eles teriam se unido a outros criminosos que também foram expulsos anteriormente e que mantêm base na Restinga, na Zona Sul, e em Viamão.
O grupo rival passou fazer ataques na região, que se intensificaram no ano passado. Foram pelo menos quatro. Além do que matou Raíssa, houve um que causou a morte de um bebê, em fevereiro, e outros dois, nos dias 9 e 22 de julho de 2020.
— Eles, os expulsos, começaram a se reorganizar, causando medo e temor na comunidade, atirando em traficantes ou na população mesmo, roubando, inclusive, drogas, dinheiro e armas dos integrantes da facção que atua na Vila Maria da Conceição — explica Gerhardt.
O delegado diz que o ataque mais recente ajudou a polícia a identificar envolvidos nos outros crimes, tanto é que irá solicitar em breve a prisão de mais suspeitos. O inquérito sobre a morte de Raíssa e a tentativa de homicídio de Moura ainda não foi concluído.
Até o momento, pelo menos cinco pessoas foram ouvidas e provas periciais também foram obtidas. Informações sobre os suspeitos podem ser repassadas pelo telefone 0800 642 0121.