Sistema penitenciário
Chega a 70 o número de drones usados para entregar drogas e armas em presídios apreendidos desde 2020 no RS
Apenas em 2022, foram registradas 33 ocorrências
A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) informou nesta semana que o número de drones apreendidos em presídios gaúchos chegou a 70 desde 2020. Os equipamentos são usados para o envio de drogas, armas, telefones, entre outros objetos, para presidiários.
Se em 2020 foram apenas quatro casos, no ano passado, houve o maior registro dos últimos anos, com 33 ocorrências. Ações de fiscalizações e tecnologia, além de investigação policial, são as medidas adotada para coibir este tipo de delito.
De acordo com a Susepe, foram 29 registros em 2021, quatro a menos do que no ano passado. Em 2023, até agora, foram quatro drones localizados, o que já supera o registro total de apreensões em 2020.
O superintendente da Susepe, Mateus Schwartz, destaca que, por questões de segurança, não pode revelar com detalhes as medidas e táticas adotadas para coibir o envio de drones a presídios. Segundo ele, é fato que o aumento das apreensões é resultado do trabalho realizado pelos servidores penitenciários.
— Posso dizer que foi intensificada a segurança nas casas prisionais com foco no combate a mais esta tentativa de envio de materiais ilícitos para os presídios. Além disso, estamos avançando em investimentos em tecnologias e equipamentos para reduzir ainda mais esta ação do crime organizado — diz Schwartz.
Além do trabalho da Susepe, a Polícia Civil tem combatido a prática por meio de inquéritos instaurados para investigar criminosos que operam drones. No dia 9 deste mês, por exemplo, o Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) identificou cinco suspeitos que seriam especialistas em usar estes equipamentos para o envio de drogas e celulares a presídios. Um drone foi apreendido
Já houve prisão de suspeito em Alvorada, na Região Metropolitana, que teve drogas — já embaladas e dentro de um drone — apreendidas pela polícia. Foi em 2021. No mesmo ano, em Portão, no Vale do Sinos, até um instrutor de aeromodelismo foi detido por ensinar integrantes de facção a operar equipamentos.
A Brigada Militar (BM), que trabalha na vigilância de presos de algumas casas prisionais, também intensificou o trabalho de fiscalização dentro e no entorno das cadeias.