Polícia



Confronto

Em intervalo de 12 horas, duas ações terminaram com criminosos mortos em Porto Alegre

Polícia vai investigar os casos; em um deles, um bombeiro reagiu a uma abordagem de um suspeito, e no outro, PM fora de serviço baleou um suposto assaltante no Centro Histórico

25/07/2023 - 10h55min

Atualizada em: 25/07/2023 - 10h55min


GZH
Lauro Alves / Agencia RBS
Um dos casos ocorreu no Centro Histórico da Capital, na manhã desta segunda-feira

Dois casos, que ocorreram entre a noite de domingo (23) e a manhã desta segunda-feira (24) em Porto Alegre, serão investigados por equipes da Polícia Civil. Em ambos episódios, dois homens, que supostamente cometiam assaltos, foram baleados e mortos. Um dos registros ocorreu no bairro Sarandi, na Zona Norte, e outro no Centro Histórico.

O primeiro caso ocorreu por volta das 19h de domingo, quando um homem, que é bombeiro, foi abordado por dois suspeitos ao deixar uma residência em seu veículo, na Rua Figueiredo Mascarenhas.

O bombeiro portava uma arma e efetuou disparos na direção da dupla, que fugiu pelas ruas Vidal de Barbosa e Rezende da Costa. Equipes do 20° Batalhão de Polícia Militar (20° BPM), que atende a região, foram acionadas e localizaram um dos suspeitos caído em via pública, já sem vida. Ele tinha 19 anos e não teve a identidade divulgada.

Até o momento, o segundo envolvido no crime não foi localizado. Segundo a BM, o bombeiro não ficou ferido.

Por envolver uma suposta tentativa de roubo do carro da vítima, o caso deve ser investigado pela Delegacia de Roubo de Veículos (DRV), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).

Desfecho semelhante 12 horas depois

A segunda ocorrência foi registrada horas depois, por volta das 7h desta segunda, no Centro Histórico.

Um policial militar à paisana, que estava saindo do serviço, teria sido alertado por populares de que um suspeito roubou pertences de uma mulher na Avenida Mauá. Ele começou a acompanhar o suposto criminoso por algumas ruas.

Conforme o 9⁰ Batalhão de Polícia Militar (9º BPM) da Capital, o PM abordou o suspeito, que teria feito menção de puxar uma arma. Na sequência, o policial atirou contra ele, atingindo-o no peito na Rua Coronel Vicente.

Uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamada e, ao chegar, confirmou o óbito. O homem foi identificado como Artur Ribeiro Baumhardt, 33 anos. Uma mochila preta foi encontrada junto ao corpo e enviada à perícia. Nenhuma arma foi encontrada com o suspeito. O PM não se feriu, segundo a BM.

— Foi um roubo a pedestre em que uma moça, ao estacionar a sua moto, foi abordada pelo indivíduo que anunciou assalto. Ele disse pra ela: "Fica quieta, se não vou te estourar" — afirma o subcomandante do 9º BPM, major Demian da Rocha Riccardi Guimarães.

Ainda conforme a BM, o PM usou o próprio carro para acompanhar o suspeito, que fugia a pé.

— O homem chegou a ser atropelado na fuga, perdeu parte dos pertences roubados e seguiu fugindo. O PM deixou o veículo em que estava e continuou a perseguição a pé. Até que em dado momento, conseguiu fazer uma abordagem mais efetiva — explica o subcomandante.

Segundo a BM, um inquérito policial militar (IPM) foi instaurado para verificar se houve alguma irregularidade na conduta do PM. A mulher assaltada e demais testemunhas do caso foram ouvidas durante a manhã no 9º BPM.

O caso será investigado também pela 1ª Delegacia de Polícia, que atende a região.

Moradores e comerciantes relatam insegurança

Segundo moradores e pessoas que atuam nos estabelecimentos comerciais da região central da Capital, o clima de insegurança é comum no dia a dia.

— Minha esposa ouviu somente um tiro por volta das 7h, e depois foi toda uma correria — disse um morador de um prédio em frente ao local do crime, que não quis se identificar.

Perto dali, a atendente de uma loja de roupas, Larissa Farias observava o trabalho da perícia. Ela explica que nunca havia presenciado nada parecido, mas que já tomava alguns cuidados, que "serão redobrados".

— Para a segurança, todo mundo aqui da loja sai junto. Mas depois dessa morte, a gente fica mais ressabiada — desabafa a mulher.

José Antônio Santos Silva, 61 anos, locatário de uma garagem, também conta que na região ocorrem muitos assaltos.

— Já ouvi várias vezes o pessoal gritando "pega, pega, pega". Tem dias em que a gente trabalha tenso — lamenta.

Uma reportagem publicada em GZH na última semana mostrou que a Capital registra em média 34 casos de roubo a pedestres por dia, mesmo com a incidência desses crimes em baixa. No primeiro semestre de 2023, foram registrados 6.150 crimes do tipo contra 6.513 casos no mesmo período de 2022, indicando uma ligeira redução de 5,5%.

Ao observar um período maior, a queda se amplia. Em 2019, por exemplo, a média de roubo a pedestres era de 63 assaltos por dia. Naquele ano, o primeiro semestre registrou 11.456 casos, 46,3% a menos na comparação com o mesmo período neste ano.


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