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Bairro Sarandi

Polícia tenta identificar criminosos que executaram cadeirante em ataque durante partida de futebol na zona norte de Porto Alegre

Havia cerca de cem pessoas em quadra de esportes, quando criminoso invadiram local

23/08/2023 - 10h20min


Leticia Mendes
Leticia Mendes
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Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Carlos José Canabarro da Silva, 35 anos, o Zezé, foi assassinado na noite de 17 de agosto

A Polícia Civil tenta desvendar o assassinato de um cadeirante na zona norte de Porto Alegre, na última quinta-feira (17). Carlos José Canabarro da Silva, 35 anos, o Zezé, foi alvejado com uma sequência de disparos, enquanto acompanhava o jogo de futebol que ocorria numa quadra de esportes na Avenida Sertório, próximo do cruzamento com a Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, no bairro Sarandi. Havia cerca de cem espectadores no local, e um dos jogadores chegou a ser alvejado na ação dos criminosos. 

Irmã mais velha, Elisangela Moreira, 45 anos, que reside fora do Estado, conta que o caçula cresceu em Porto Alegre. Há cerca de um ano, o irmão havia conseguido comprar o primeiro apartamento próprio e se mudado para um condomínio residencial no Loteamento Timbaúva, no bairro Mario Quintana. Era lá que ele estava residindo atualmente, conforme a família. Recentemente, o irmão teria montado um time, que estava disputando a partida de futebol naquela noite. 

— Meu irmão era muito carismático. Mesmo com todos os problemas de saúde, não se entregava, e então montou o time para gurizada de lá — diz a irmã. 

Carlos José residiu algum tempo em Alvorada, na Região Metropolitana, não chegou a casar e nem ter filhos. Até se mudar para o apartamento onde passou a viver sozinho, residia com a mãe, que era responsável por auxiliar nos cuidados com o filho. 

— Sempre morou com a mãe, mas sonhava em morar sozinho. Há pouco (tempo), a mãe vendeu uma casa na praia e realizou o sonho dele de comprar o apartamento para ele — conta a irmã. 

Desde criança, segundo a família, era apaixonado por futebol, e jogava em escolinhas. Tornou-se torcedor fanático do Internacional. Há cerca de dez anos, perdeu a mobilidade das pernas, conforme a irmã, após ser alvejado por um disparo de arma de fogo nas costas. Para a família, não ficou claro como se deu a ação anterior que resultou nos danos na coluna. Nesse período, segundo a família, o jovem era usuário de drogas. Depois disso, teria conseguido se afastar do vício, voltou a estudar e trabalhar. 

— Ele era um ex usuário, cadeirante, que queria viver. Lutava contras as dores e doenças para continuar sempre mostrando força e alegria. Um menino por dentro, mesmo já tendo 35 anos. Amava demais as crianças. Que Deus permita que quem fez isso se acerte com a justiça. Se não for com a justiça dos homem com certeza com a de Deus — afirma a irmã. 

Crime organizado 

Isadora Aires / RBS TV
Após ataque, Brigada Militar fez buscas aos criminosos

Os atiradores ingressaram no local onde acontecia o jogo, deram a volta na quadra, e seguiram até onde estava Carlos José. A vítima estava junto do time, na beira do campo. Os criminosos começaram a disparar, e atingiram o homem com uma série de disparos de pistola calibre 9 milímetros. Pelo menos 10 tiros teriam sido disparados - a necropsia irá confirmar quantos alvejaram a vítima. O assassinato está sob investigação da 3ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Porto Alegre

— Nenhuma linha de investigação é descartada. A mais forte delas envolve disputas relativas ao tráfico de entorpecentes — diz o delegado Thiago Zaidan, responsável pelo caso. 

Conforme o policial, o cadeirante executado teria vinculação com integrantes da organização criminosa que atua naquela região na exploração do tráfico. Durante a ação, os criminosos alvejaram ainda um jogador que estava sentado no banco de reservas. Baleado na perna, sem gravidade, ele foi ouvido pela polícia ainda quando estava hospitalizado. Até o momento, ninguém foi preso pelo crime, segundo a polícia. 

Colabore

Quem tiver informações que possam auxiliar na elucidação do caso, pode entrar em contato com a polícia pelo telefone 0800-642-0121. Não é necessário se identificar. 


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