Polícia



Operação desta terça

"Verdadeiro bunker": casa onde vivia suspeito de liderar facção tem portas de aço, câmeras de longo alcance e até pitbulls

Alvo rompeu tornozeleira eletrônica e está foragido desde a madrugada. Sete pessoas foram presas na operação contra ação de grupos criminosos em condomínios de Canoas

21/05/2025 - 15h06min

Atualizada em: 21/05/2025 - 15h06min


Vinicius Coimbra
Vinicius Coimbra
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Um dos alvos de uma ação feita pela Polícia Civil em Canoas, na Região Metropolitana, nesta terça-feira (20), construiu uma fortaleza para escapar de policiais.

O imóvel, localizado em Gravataí, foi um dos locais onde os policiais cumpriram ordens judiciais na Operação Bunker, que investiga duas facções criminosas suspeitas de controlar condomínios nos bairros Mathias Velho e Guajuviras.

O morador do imóvel é suspeito de liderar o grupo que atua no condomínio do bairro Mathias Velho — o nome dele não foi divulgado. Ele não foi preso na ofensiva. Ele está foragido desde as 2h45min desta terça, quando ele rompeu a tornozeleira eletrônica. Ele segue sendo procurado. 

— Ele tem um verdadeiro bunker, com muros altos, paredes duplas, portas e portões com aço, gradil de alta resistência, câmeras de longo alcance, diversos pitbulls. É uma fortaleza para impedir e inibir a ação policial — relatou o delegado Cristiano Reschke, diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional de Canoas.

O homem apontado como líder do grupo é condenado por latrocínio. Ele tem indiciamentos por três homicídios, roubos, tráfico de drogas, entre outros crimes. 

Operação Bunker

Os dois conjuntos habitacionais onde as ordens foram cumpridas também são chamados de “bunkers” pela investigação: os grupos administram os locais e ditam regras, criando um ambiente hostil à atividade policial, segundo a polícia.

Até o fim da manhã, sete pessoas haviam sido detidas — duas delas já estavam no sistema prisional.

No caso do condomínio do bairro Guajuviras, foram criadas empresas para administrar a segurança e limpeza do local. Ocorre também a expulsão de moradores, para posterior locação a terceiros por meio de uma imobiliária, segundo o Polícia Civil.

— Essas empresas foram criadas para garantir o comércio da droga dentro do condomínio. Eles expulsavam moradores e utilizavam os apartamentos para depósito de ilícitos ou alugam para receber aluguéis. Todo o comércio do entorno era “fiscalizado” pelo grupo, que recebia quantias semanais e mensais para permitir o funcionamento desses negócios — detalha a delegada Luciane Bertoletti, da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas.

A Polícia Civil cumpriu 78 ordens judiciais nos municípios de Canoas, Eldorado do Sul, Cachoeirinha, Rolante, Riozinho, São Leopoldo e Gravataí, além de Lages, em Santa Catarina. A ofensiva ainda apreendeu veículos e armas, além de sequestrar e bloquear contas bancárias. 

O próximo passo da investigação é analisar os extratos financeiros para descobrir a movimentação da atividade criminosa.


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