Polícia



Alvos de operação

Lojas de açaí eram fachada para a venda de drogas na zona sul de Porto Alegre; nove são presos

Investigação identificou ao menos dois estabelecimentos envolvidos, nos bairros Restinga e Hípica. Maconha, cocaína e crack eram fornecidos para comercialização

17/07/2025 - 15h48min


Guilherme Milman
Guilherme Milman
Enviar E-mail
Polícia Civil/Divulgação
Polícia cumpre mandados contra grupo que usava lojas de açaí para vender drogas.

Uma organização criminosa é investigada por usar lojas de fachada de açaí para vender drogas na zona sul de Porto Alegre. Uma operação da Polícia Civil realizada nesta quinta-feira (17) cumpre 10 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão em Porto Alegre, Gravataí, Canoas e Charqueadas. Até o momento, nove pessoas foram presas.

As investigações tiveram início em março de 2024, com a identificação de duas mulheres de aproximadamente 30 anos que vendiam cocaína, maconha e crack em um estabelecimento no bairro Restinga. Elas foram presas em flagrante na ocasião e liberadas posteriormente. Além disso, foram apreendidos quase meio quilo de maconha, 57 porções de crack, máquina de cartão de crédito, anotações do tráfico e dinheiro em espécie. 

Segundo o delegado Ewerton de Melo Souza, os estabelecimentos eram identificados como "açaíterias" e funcionavam desta forma. Porém, a fruta era um pretexto para a comercialização de entorpecentes.

Na sequência, foi identificada uma outra loja de açaí no bairro Hípica com o mesmo funcionamento. Ao menos seis vendedores estão entre os alvos da operação, incluindo as duas mulheres. Entre os demais envolvidos estão lideranças da organização e pessoas que forneciam as drogas para os estabelecimentos.

— Os líderes do grupo não se envolviam com as vendas diretamente. Eles trabalhavam no fornecimento das drogas que seriam usadas pelos vendedores finais — explica o delegado.

As vendas ocorriam tanto de forma presencial quanto por telentrega. A atuação se dava principalmente na Restinga. Agora, a polícia irá buscar identificar outros possíveis locais de fachada ligados ao grupo criminoso.

— A gente vem monitorando eles e percebendo que essa prática está se tornando cada vez mais comum. A primeira fase dessa operação é só o início — complementa Souza.

Além de cumprir ordens judiciais em endereços ligados ao grupo, incluindo as duas lojas de açaí, há mandados de busca e apreensão e prisões de presos que se encontram em penitenciárias de Gravataí, Canoas e Charqueadas. Eles orquestraram a entrega de drogas de dentro das prisões por meio de celulares.

A operação Vicus X é coordenada pelo Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc).


MAIS SOBRE

Últimas Notícias