Tecnologia
Taxistas high tech se esforçam para atender clientela conectada
Danilo Gomes não poupa esforços para conquistar clientes que não abrem mão de tecnologia. No carro, tem internet, GPS, Easy Táxi e máquina de cartão
Na era da tecnologia móvel e da comunicação constante pelas redes sociais, há taxistas em Porto Alegre que já estão adaptados às necessidades dos passageiros que transportam.
Danilo Gomes, 50 anos, é um deles. Taxista com ponto no Bairro Menino Deus, ele percebeu que, ao investir numa rede de internet própria, faria a alegria de quem não abre mão de estar conectado e ainda poderia estar online para atender os que o chamam pelas redes sociais como Facebook e WhatsApp.
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- As pessoas começaram a perguntar se tinha internet. E eu queria ter um diferencial. Tem cliente que nem usa, mas quando vê que tenho internet, elogia - conta.
Vantagem para ele e os clientes
Mas não é apenas o pacote de internet instalado no iPad que faz de Danilo um taxista high tech. Ele também tem máquina de cartão de crédito que aceita quatro bandeiras - cerca de mil táxis na Capital tem máquina própria. Isso diminui a chance de assalto e oferece a praticidade a quem não carrega dinheiro.
Tecnologia ajuda a fidelizar clientes
Para não receber ligações a cobrar, tem dois celulares - com dois chips cada - com números das quatro operadoras. O kit de recursos tecnológicos se completa com o GPS - melhor amigo do motorista, que faz cerca de 30 corridas por dia - e o Easy Táxi (aplicativo de celular para chamadas de táxi), serviço oferecido por 60% da frota da Capital.
- Com o Easy, aumentei meu faturamento e faço economia de combustível, porque em qualquer lugar em que estou posso pegar um passageiro pelo aplicativo.
Para ele, a intimidade com a tecnologia não aumenta a clientela, mas fideliza.
- É um acessório. A responsabilidade é o mais importante. Tento estar bem vestido, ser cordial, estar com o táxi limpo e perfumado e oferecer meu serviço sempre. Confiança e credibilidade são importantes - ensina.
A doméstica Raquel da Silveira, 41 anos, aprova:
- Eu já entro no táxi pedindo a senha. Ninguém mais vive sem facebook.
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Depois do ar condicionado, a vez da internet
Embora haja resistência dos veteranos, o presidente do Sintáxi, Luiz Nozari, defende que é inevitável se vincular às novas tecnologias.
- Não tem como ficar alheio. Quem não tem isso, está fadado a desaparecer. O mercado vai começar a selecionar quem tem. O que se vê como prejuízo hoje vai passar a dar lucro.
Segundo ele, o mesmo aconteceu com o ar-condicionado. Hoje instalado em quase 100% da frota da Capital, enfrentou resistência de quem não queria gastar. Até que muitos taxistas passaram a perder corridas pela falta da climatização.
- Quem esperou para investir ficou parado no ponto. Ter internet no carro é uma questão de médio prazo. A exigência do usuário fará com que todos tenham. As pessoas se comunicam muito por esse meio - avalia.
Tempo útil dentro do táxi
Sem contar que o tempo dentro de um táxi é uma oportunidade valiosa para ler, enviar e-mails e mandar mensagens, uma vez que o passageiro não precisa estar atento ao trânsito. Quem souber valorizar isso, será privilegiado pelos clientes, aposta Luiz.
- Quanto mais possibilidade de serviços oferecer, melhor. Não sou favorável a obrigar a instalar, mas o mercado irá impor. O taxista é um microempresário. Se não souber administrar o táxi, ele quebra.