Grafite polêmico
Denarc solicita que associação de moradores retire homenagem a Xandi
Na tarde desta quinta-feira, representante do condomínio Princesa Isabel prestou depoimento
O Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), responsável pela investigação a respeito do grafite em homenagem a Alexandre Goulart Madeira, o Xandi, solicitou que a pintura seja apagada do condomínio Princesa Isabel, em Porto Alegre. O pedido foi feito à presidente da associação de moradores do condomínio, Eurides Terezinha Pires da Costa, que prestou depoimento na tarde desta quinta-feira.
- Ela (Eurides) alega que ele era um sujeito que auxiliava bastante o condomínio, nas festas, na creche. Em função disso, a associação dos moradores resolveu fazer a homenagem - afirma o delegado Leonel Carivali, diretor de investigações do Denarc. - A questão da apologia ao criminoso não é relativa à pessoa dele. Não nos interessa se ele era um bom pai, bom marido ou bom vizinho. Interessa que fizeram uma homenagem para alguém que morreu em virtude do comportamento que teve em vida. Naquele painel grande, está muito caracterizada a condição dele de traficante - acrescenta.
O delegado dá como exemplo os dizeres "padrinho" e "general", escritos junto ao rosto de Xandi:
- Ambos os termos são costumeiramente utilizados no mundo do tráfico.
A associação dos moradores tem 15 dias para retirar o grafite. Mas, independentemente disso, a investigação continuará: a Polícia Civil pretende ouvir o grafiteiro e, talvez, familiares de Xandi.
- Depois, o procedimento segue para o poder Judiciário. É um segundo momento de apreciação, em que o Ministério Público vai poder avaliar tanto a responsabilidade criminal, quanto a necessidade de retirada da pintura - diz Leonel, acrescentando que a atitude de apagar a pintura conta para a convicção dos policiais em relação à responsabilidade criminal.
À Rádio Gaúcha, Eurides declarou que conversará com a comunidade e apagará a pintura.
Embora não tenha condenação por tráfico de drogas, Xandi é considerado pelo Denarc como um dos principais traficantes da Capital, com base no bairro Santana. A Justiça já o condenou por porte ilegal de arma, e havia investigações por homicídio e tráfico.
*Diário Gaúcho