Dizeres como "Família é toda forma de amor" e "Minha família eu escolho" estampavam os cartazes dos manifestantes que se reuniram na tarde deste domingo (27), por volta das 16h, no Parque da Redenção.
Cerca de 200 pessoas participaram do ato organizado pelo coletivo Frente Ampla por Direitos e Liberdade junto a outros movimentos sociais que protesta contra o projeto de lei que define família como um núcleo formado a partir da união entre um homem e uma mulher. O texto do Estatuto da Família foi aprovado pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados na última quinta-feira. 
- Entendemos que esse não é o estatuto das famílias, é contra as famílias - diz Tâmara Biolo Soares, 34 anos, uma das organizadoras do ato. O coletivo de entidades e ONGs Frente Ampla por Direitos e Liberdade surgiu no começo deste ano "para se opor ao retrocesso e à perda de direitos", como explica a advogada.

Além de pintarem cartazes, os manifestantes fizeram uma encenação do que seria as bancadas fundamentalistas da Câmara destruindo diferentes formações familiares. Casais homossexuais e famílias com filhos adotivos participaram da representação.

O funcionário público Leandro Bortoli, de 46 anos,  compareceu para protestar contra o que ele chama de "estatuto do ódio".
- A gente considera o estatuto um preconceito. Não é possível que deputados se reúnam para legislar sobre isso, a função deles é outra, não é intervir na família. Estamos lutando a favor de todas as formas de família: tio e tia, avó e neto, assim como homens com homens e mulheres com mulheres -  expõe.

Opinião: Câmara impõe retrocesso social com aprovação do Estatuto da Família

Junto da filha de 10 anos, a socióloga Ana Paula Rosa dos Santos, de 38 anos, lamenta a definição de família do texto do estatuto.
- Exclui eu própria, que sou mãe solteira - revela.

Logo após o ato, o grupo seguiu para uma caminhada e distribuiu adesivos para os frequentadores da Redenção. Para Tâmara, o objetivo do ato foi atingido.
-  As pessoas tiveram uma boa reação. Queremos que a população entenda  que essa definição de família retira direitos já consagrados, incluindo direitos previdenciários. É um retrocesso - completa.

O Estatuto da Família (PL 6.583/13) aprovado na última quinta-feira (24) por uma Comissão Especial tramita em caráter exclusivo e pode ir direto para a apreciação do Senado Federal.