Polícia



Violência

Morte de menino em possível bala perdida é misteriosa na Zona Sul de Porto Alegre

Noé Guilherme da Silva, 13 anos, brincava no pátio de casa, na Vila No Limite, quando um tiro lhe acertou o peito. Inexplicável, a morte de sexta desconsolou até o vira-latas do menino

04/10/2015 - 15h14min

Atualizada em: 04/10/2015 - 15h14min


Desde a noite de sexta, o vira-latas Feio anda sem rumo pelos becos irregulares em terra e pedra da Vila No Limite, Bairro Teresópolis, Zona Sul da Capital. Volta e meia, ele deita-se do lado de dentro do pátio da casa dos donos e fica ali, olhando para a marca junto ao portão como se também estivesse em busca de uma resposta para o crime que segue sem explicação a todos por ali.

O menino Noé Guilherme Rodrigues da Silva, 13 anos, brincava com os sobrinhos pequenos e o irmão, de 14 anos, dentro do pátio, quando um tiro, vindo sabe-se lá de onde, lhe atingiu certeiro o peito.

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O caso ainda é misterioso para a polícia. A possibilidade considerada mais forte pelo delegado Paulo Grillo, diretor do DHPP, é a de bala perdida.

- A principal hipótese é realmente a de bala perdida - diz o policial, sem descartar por completo ainda outras possibilidades.

Noé Guilherme foi socorrido pelo irmão mais velho, o padeiro William Maciel, 30 anos, com vida, mas morreu a caminho do HPS. O menino pode ter sido a sétima vítima de bala perdida na Região Metropolitana com menos de 18 anos em 2015, conforme o levantamento do Diário Gaúcho. Só na Capital, são cinco suspeitas. Em todo o ano passado, nenhuma criança ou adolescente foi morta dessa forma na região.

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O cachorro Feio era seu fiel companheiro. O acompanhava diariamente de casa à escola, a Gabriel Obino, onde o menino cursava o 5º ano. E era também pontual no horário em que o seu amigão saía do colégio.

- Era muito bonito de ver. O cachorrinho parece que sabia a hora que o Guilherme saía. Eles não se desgrudavam - conta uma tia.

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Era por volta das 18h de sexta quando o tiro atingiu o menino. O irmão, William Maciel, 30 anos, dormia naquele momento e não viu o que aconteceu.

- Acordei apavorado com um estouro e o grito dele. As crianças correram de medo - lembra.

Durante todo o sábado, equipes da 6ª DHPP percorreram a Vila No Limite e ouviram as primeiras testemunhas. Para a delegada Elisa Souza, a possibilidade de uma bala perdida é bastante forte, mas ela não descarta nenhuma outra hipótese. É que os investigadores ainda não conseguiram determinar a origem do tiro.

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Eduardo Torres / Diário Gaúcho
O cachorrinho Feio não se afasta do local onde o menino morreu

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