Que bonito ver as mesas e cadeiras do plenário da Câmara Municipal ocupadas pela comunidade carnavalesca no final de semana passado, durante o Simpósio Políticas Públicas para o Carnaval de Porto Alegre. Foram dois dias de debates enriquecedores e posicionamentos firmes.

O evento, que teve mais de 190 inscritos, oportunizou transportar do meio virtual para o campo presencial as discussões sobre o futuro do Carnaval, como bem pontuou a presidente da União das Entidades Carnavalescas de Todos os Grupos e Abrangentes de Porto Alegre (Uecgapa), Kelly Ramos, na abertura. Ela ainda aproveitou para destacar:

— É de extrema importância a gente estar aqui não apenas discutindo os recursos, mas muitas outras coisas que as escolas de samba podem proporcionar nas nossas comunidades. A gente precisa trabalhar, todos juntos. E, sim, fazer com que o governo nos respeite e valorize a nossa cultura.

Já Cleber Tavares, presidente da União das Escolas de Samba (Uespa), ressaltou o esforço conjunto de escolas e entidades para manter de pé o Carnaval da Capital gaúcha.

— Um dos objetivos da Uespa é resgatar o Carnaval de Porto Alegre. É preciso, antes de tudo, estipular um plano gestor dividido em três momentos: onde estávamos, onde estamos e onde pretendemos chegar. Graças ao esforço de todos, o nosso Carnaval está, hoje, em um patamar bem acima do de antes da pandemia. E estamos nos preparando para um grande Carnaval em 2024 — afirmou Cleber.

Duas ausências foram bastante comentadas durante o Simpósio: a do prefeito Sebastião Melo e a do secretário de Cultura e Economia Criativa da cidade, Henry Ventura. Coube ao secretário-adjunto Clóvis André falar em nome da prefeitura:

— O prefeito Sebastião Melo retomou a relação institucional com o Carnaval, não ficou só no discurso. Política estruturante é o que, de fato, está acontecendo. Hoje, nós discutimos termo de permissão de uso (TPU), que tem a Restinga, a Fidalgos, a Realeza e que terão todas as outras escolas. Até o final do governo, não teremos nenhuma escola sem a documentação do seu território.

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TPU, por sinal, foi um assunto recorrente ao longo das explanações de alguns presidentes das escolas de samba e líderes do Carnaval que participaram dos painéis. Muito se falou em “termo precário”, visto que o documento torna as agremiações reféns da gestão que está no poder. O ideal (e desejado) seria que as quadras fossem consideradas como áreas de interesse cultural. Assim como essa discussão, outras foram colocadas em mesa, como emendas impositivas, Fumproarte, lei Paulo Gustavo, economia criativa e a falta de dados do Carnaval portoalegrense.

A coluna Eu Sou do Samba se compromete a esmiuçar cada um desses temas, bem como está aberta a receber sugestões de mais assuntos relevantes que devem virar pauta aqui.

Reforço de peso

A Uespa anunciou o nome de Roberto Soares como novo integrante de seu quadro de profissionais. O advogado exerce, atualmente, o cargo de coordenador adjunto, na pasta Carnaval, do Colegiado Setorial de Culturas Populares da Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul (Sedac).

Personalidade muito conhecida principalmente por seu forte em harmonia-geral, Roberto tem longa trajetória não apenas no Carnaval de Porto Alegre. Ele iniciou sua jornada em 1974 como ritmista da Academia de Samba Praiana. Um ano depois, em 1975, entrou para a Imperadores do Samba, onde atuou por mais de quatro décadas em diferentes funções. Também já teve passagem por escolas de fora do Brasil, como a Imperadores de Montevidéu ea Emperadores de la Zona Sur, ambas do Uruguai.

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Vamos ver na Sapucaí?

A multiartista gaúcha Valéria Barcellos, a Luana Shine da novela da Globo Terra e Paixão, desembarca na capital gaúcha no domingo para a primeira apresentação do seu stand-up, Isso a TV Não Mostra, no Porto Alegre Comedy Club (Rua 24 de Outubro, 1.454), às 20h. Este colunista que vos escreve entrevistou a Val para uma matéria que será publicada amanhã em Retratos da Fama, a página central do Diário Gaúcho.

No bate-papo, não pude deixar de fazer uma pergunta exclusiva para Eu Sou do Samba. É que no dia 19 de agosto, Val — que atualmente mora no Rio de Janeiro por conta das gravações — e parte do elenco da novela das nove curtiram uma noite na quadra da escola carioca Salgueiro. Seria esse um indicativo de que podemos esperar a atriz brilhando também no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, em 2024?

Ela mesmo responde:

— Ah, a Salgueiro… foi muito lindo! A Alba Regina, que interpreta a Polerina, menina do pole dance do bar de Cândida (Susana Vieira), faz parte de uma ala importante da Salgueiro e nos convidou, a pedido da presidência da escola. Fomos uma atração naquele dia. Conhecemos a Viviane Araújo, que é rainha da bateria. Eu, se pudesse, faria uma maratona para participar de todas as escolas. E talvez faça (risos), porque sou muito apaixonada por Carnaval. Fui rainha da diversidade do Carnaval em Santo Ângelo (sua terra natal, no noroeste do RS), isso lá em 2005. Minha família tem história no Carnaval. Fiquei muito emocionada ao ponto de chorar ouvindo a bateria da Salgueiro, a Furiosa. Parece que vai rolar, sim, esse convite para a gente desfilar. Estou ansiosa. Que todas (as escolas) me convidem, vou ficar muito feliz.

Garbo Bailar celebra um ano

O projeto Garbo Bailar realiza no dia 17 de setembro (domingo) sua festa de um ano! A comemoração promete agitar a sede do Afro-Sul Odomode, localizada na Avenida Ipiranga, 3.850, a partir das 10h. Será servido galeto pelo valor de R$ 30. A organização do evento orienta para as pessoas levarem talheres. Haverá copa no local.

Mais informações sobre os convites e atrações serão divulgadas em breve, por meio do perfil do Instagram @garbobailar.

O Garbo Bailar foi fundado com o objetivo de aperfeiçoar os movimentos e resgatar valores na arte de mestre-sala, porta-bandeira e porta-estandarte. Vida longa ao projeto!