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Em Porto Alegre, mulher espera há um ano por ressonância no joelho 

Exame é um dos que tem maior fila de espera na Capital

21/09/2023 - 14h28min

Atualizada em: 26/09/2023 - 10h18min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Arquivo pessoal / Arquivo pessoal
Rosane sofre com inchaço e dores nos joelbos.

Correção: em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre esclareceu que a fila de espera da ressonância magnética chega a 1.488 pessoas e não 1.379, como dito anteriormente na reportagem. A SMS prevê a redução da fila desse e demais exames e consultas de diversas especialidades até o final do ano por meio do programa Agiliza Saúde. O texto já foi corrigido.

A vendedora aposentada Rosane Machado, 61 anos, espera há um ano por um exame de ressonância magnética no joelho direito. A moradora do bairro Santa Tereza, na Capital, tem gonartrose, que é a artrose nos joelhos, e convive com muitas dores.

– Dói para caminhar que é uma loucura – resume Rosane.

O exame foi solicitado pelo médico fisiatra dela, que a atende na Unidade de Saúde Santa Marta, no centro da Capital, em setembro do ano passado. Desde então, ela já teve duas consultas com o especialista, que foram marcadas antecipadamente com o objetivo de apresentar e discutir os resultados das imagens, mas teve que ir de mãos vazias.

Espera

Para tentar abreviar a espera, ela entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Porto Alegre e fez um registro na Ouvidoria do órgão, como foi orientada pela pasta, mas isso nunca surtiu efeito. Assim, a aposentada completa um ano sem ter a noção real do estado do desgaste da cartilagem do joelho direito – tempo que serviu para intensificar as dores também na perna direita, que não causavam problema na época em que foi solicitada a ressonância.

– Depois que me aposentei, eu fiquei desse jeito, de tanto trabalhar. Eu trabalhava a pé como vendedora, subia e descia morro, então doía. Eu comecei a sentir o joelho direito nessa época, mas nunca foi tão ruim como está hoje, a dor. Eu vivo à base de ibuprofeno, mas não dá para ficar tomando toda hora – explica ela, que se aposentou em 2015.

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Dificuldades

Para aliviar o incômodo, Rosane faz fisioterapia duas vezes por semana desde o final do ano passado. A rotina teve uma grande mudança, se comparada à época em que costumava caminhar pela cidade trabalhando: hoje, ela faz cursos de corte e costura e de artesanato para se ocupar, além de ir a consultas com o psicólogo. Ela conta que andava muito estressada ficando em casa sozinha, por isso, buscou ajuda.

– Eu não posso deixar de fazer os alongamentos todas as manhãs, se não for dia da fisioterapia. É horrível. Às vezes, dá vontade de ter uma bengala para poder me segurar melhor – diz ela.

Secretaria diz que fila será reduzida

A Secretaria de Saúde (SMS) de Porto Alegre afirma que 1.488 pessoas aguardam na fila para a especialidade de ressonância magnética. A SMS observou um aumento no acesso ao SUS nos últimos anos e uma demanda represada em função da pandemia. 

Outras especialidades, como a oftalmologia adulta e pediátrica, cirurgias de pequeno porte, dermatologia e urologia também têm fila de espera para consultas médicas e realização de exames. Somado às ressonâncias, a SMS prevê redução de mais de 80% delas, até o final deste ano, por meio do mutirão do programa Agiliza Saúde.

Produção: Caroline Fraga



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