Papo Reto
Manoel Soares: "Quando o sol chegar"
Colunista escreve no Diário Gaúcho aos sábados
A quantidade de vezes que ocorreram tragédias ocasionadas pelas chuvas no período que morei no Rio Grande do Sul me mostrou que, por mais que o tempo seja imprevisível, as prefeituras e governo do Estado precisam ter um fundo de amparo para momentos como esses. Mas também é mole para quem não está vivendo os desafios da gestão pública ficar apontando dedo. Por isso, não vou dizer tudo que penso sobre o nosso péssimo histórico de gestão de consequências de tragédias climáticas, digo porque cubro esses fatos desde o governo Colares.
Agora, acredito que precisamos mobilizar o Estado para o que vem depois da chuva. Sim, porque agora temos imagens que mobilizam a mídia e as redes de apoio. Mas quando o sol voltar, as casas não vão se reconstruir automaticamente, as dispensas não vão se encher sozinhas, os autônomos não vão recuperar seus trabalhos. Se não tiver uma força-tarefa permanente nos próximos seis meses, vamos engrossar as listas de miséria e desigualdade.
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A decida das águas do Jacuí causam alagações na região das Ilhas entre Porto Alegre, Eldorado e Guaíba. Centenas de famílias entraram em um estado de alerta que causa uma regressão monstruosa na qualidade de vida. Assim, como nos organizamos para o Carnaval para ir para praia, para curtir um show, precisamos nos mobilizar agora. Criar grupos de whats, vaquinhas virtuais e por aí vai. A dor do outro precisa ser nossa dor, principalmente quando essa dor não gera mídia ou não está no hype do momento. Quando o sol chegar, nossa solidariedade não pode ir embora.