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Moradores pedem reforma em ponte no extremo sul de Porto Alegre

A obra teve início em agosto, mas processo foi interrompido 

11/10/2023 - 14h53min


diario gaucho
Jonathan Heckler / Agencia RBS
A falta de acostamento, mureta e sinalização são alguns dos problemas estruturais do local

Moradores do bairro Lami, no extremo sul da Capital, precisam lidar com a insegurança gerada pela estrutura precária da Ponte dos Índios. A falta de acostamento, mureta e sinalização, atrelada ao alto fluxo de veículos que transitam na Avenida Edgar Pires de Castro, torna a travessia perigosa. Há cerca de sete anos, eles passaram a reivindicar uma reforma que torne a passagem segura. 

No local, não há sinaleiras, nem mesmo faixa de segurança. A iluminação inadequada também é um problema, isso porque há apenas um poste de luz na via, número insuficiente para garantir a visibilidade, o que torna a travessia arriscada tanto para pedestres quanto para motoristas. 

Morador da região, o motoboy Denrlei da Silva, 27 anos, conta que já aconteceram diversos acidentes no local, alguns envolvendo óbitos. 

– A ponte é muito perigosa. São muitos elementos de risco. Eu mesmo já presenciei três acidentes – conta. 

Obras paradas

Em 2016, quando insatisfeitos com o trajeto arriscado, os moradores começaram a se mobilizar para pedir reformas no local. Apenas cinco anos depois receberam uma verba para o início das obras, através de uma emenda parlamentar (parte do orçamento público que é gasto de acordo com a indicação de políticos). Em agosto, as obras tiveram início. No entanto, o processo foi interrompido. 

–A obra foi iniciada, mas não ficaram nem uma semana. Só fizeram aquele “pouquinho” de coisa, isolaram o local e foram embora – relata Denrlei. 

Insegurança 

No local há uma sinalização que exige a redução de velocidade. Isso porque duas escolas estão localizada nas proximidades da ponte, que é trajeto de muitos estudantes. A diarista Simone Moraes, 50 anos, revela que sente o coração apertado toda vez que não consegue levar a filha Maria Flor de Moraes, nove anos, à escola. 

– Não tem segurança nenhuma para as crianças. Sempre tento levar ela para a escola, mas por causa do trabalho, não é todos os dias que consigo. Fico contando as horas para chegar em casa e ter certeza de que ela está bem. É angustiante – desabafa a mãe. 

A jovem é estudante da quarta série da escola Escola Estadual Oscar Coelho de Souza, que fica a cerca de 400 metros da ponte. A diarista comenta que, durante o verão, o fluxo de veículos aumenta, o que gera ainda mais preocupação durante a estação. 

– É o principal caminho para a praia de Itapuã, região bastante movimentada com o calor. Passam muitos carros o tempo todo – diz. 

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Indígenas 

A comunidade indígena Guarani Tekoá Pindó Poty vive às margens da ponte há 20 anos. Cerca de seis famílias habitam o local. Além das enchentes que precisam enfrentar toda vez que chegam chuvas intensas, também lidam com a falta de segurança da ponte. 

O arroio, local de pesca e brincadeiras para as crianças, também gera preocupações. Conforme o indígena Gabriel Guarani, 32 anos, veículos já caíram no local. A falta da mureta é o principal causador de acidentes desse tipo.

– Já vi carros caírem dentro do arroio algumas vezes. É perigoso estar ali – comenta, enfatizando que eles também evitam passar pela ponte.

O QUE DIZ A SMSURB

/// A prefeitura da Capital, por meio da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb), informou que a obra precisou ser interrompida para que fosse feita a cura do material, uma técnica utilizada para evitar fissuras no concreto.

/// O processo deveria levar 21 dias para ser concluído, mas o intervalo precisou ser maior por causa do alto volume de chuvas. A previsão é de que a obra seja retomada após o nível das águas do arroio baixar.

Produção: Nikelly de Souza


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