Seu Problema É Nosso
No Vale do Rio Pardo, família consegue cirurgia para bebê
Moradora de Candelária, a bebê Sophia fez procedimento para corrigir cranioestenose, condição que leva ao fechamento precoce dos ossos da cabeça
É de alívio o sentimento da família da bebê Sophia Lawall, um ano, que realizou uma cirurgia para tratamento de cranioestenose no dia 28 de agosto do ano passado. O procedimento para evitar o fechamento precoce dos ossos da cabeça da bebê ocorreu pouco mais de uma semana após o Diário Gaúcho contar a história da pequena, que vive em Candelária, no Vale do Rio Pardo.
À época, R$ 122 mil eram necessários para custear a operação, que não tinha previsão de atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Cerca de R$ 60 mil foram arrecadados em uma vaquinha. O restante veio de auxílios financeiros de familiares e através de financiamentos. Isso permitiu que a cirurgia fosse adiantada.
– Ocorreria no início de setembro (de 2023), mas a Sophia precisou ir ao médico por causa de uma virose. O médico que atendeu ela aqui na cidade disse que precisávamos agilizar o máximo possível. Então, buscamos o cirurgião em Porto Alegre, e ele conseguiu apressar – conta Fernanda Soares, 22 anos, mãe da bebê.
Susto
A correria para se deslocar até a Capital e viabilizar o tratamento de Sophia foi apenas o primeiro de uma série de momentos de tensão que a família enfrentaria. É que, apesar de o procedimento ter corrido bem, a bebê passou por complicações posteriormente.
– Alguns dias depois, ela começou a ter convulsões. Chegou a ter uma parada respiratória enquanto convulsionava. Teve que ir para a UTI (unidade de tratamento intensivo) e precisou ser entubada, foi um susto enorme – relembra a mãe.
Ao todo, Sophia teve que ficar internada por 21 dias, boa parte deles na UTI. Durante este período, passou por diversos exames e testes a fim de identificar a causa dos problemas.
– Chegaram à conclusão de que ela teve uma malformação congênita (uma anomalia que ocorre no desenvolvimento do feto). E o cerebelo dela não evoluiu como deveria. Isso traz dificuldades motoras e de equilíbrio – explica Fernanda.
Agora, Sophia precisa passar por uma investigação genética para poder identificar a origem do que foi descoberto durante a internação. Como o preço de alguns testes pode ultrapassar R$ 50 mil, a família não tem condições de arcar com mais estes custos. Por isso, logo após a alta hospitalar, Fernanda deu encaminhamento nos pedidos pelo SUS:
– A área de genética da Santa Casa (de Porto Alegre) já entrou em contato com a gente e já fizemos alguns exames clínicos, mas ainda estamos esperando a consulta com o geneticista mesmo e outros testes.
Enquanto isso, o estado de saúde da bebê é estável e ela já não corre mais riscos. Por outro lado, tem se alimentado através de uma sonda e realiza sessões de fisioterapia e fonoaudiologia para amenizar os sintomas.
– Estamos aliviados e somos muito gratos aos profissionais da Santa Casa (onde a cirurgia ocorreu). Eles amam o que fazem e nos trataram muito bem. Precisamos investigar os outros problemas dela, mas nossa filha não está mais sofrendo – finaliza Fernanda.
*Produção: Guilherme Jacques