Papo Reto
Manoel Soares e as moedas da respiração
Colunista escreve para o Diário Gaúcho aos sábados
Por dia, em média, respiramos 23 mil vezes, cada entrada e saída de ar tem uma função em nossa vida. Alguns respiram para sustentar a família, outros para avançar na carreira, outros nem sabem por que respiram, mas a verdade é que respirar é um ato contínuo da vida.
Entender que precisamos gerenciar nossa vida e compreender onde depositamos nossa energia vital é fundamental. Por hora, são em média 960 respirações, será que conseguimos investir uma hora de nossa respiração para nós mesmos? Será que temos como meta o autocuidado? Mas não falo de gestos e comportamentos egoístas que desprezam o bem-estar das pessoas em nome do nosso conforto, falo de garantir que temos uma alimentação decente, que dormimos as oito horas recomendadas, falo de reservar tempo para passar com quem amamos e não vai estar muito tempo com a gente, ou estarmos com pessoas que poderão um dia sentir nossa ausência.
Entender que cada respiração é um momento nos ajuda a calcular os investimentos. Cada hora são 960 moedas respiratórias que podemos depositar no cofre da alegria e esperar render felicidade, ou atiramos no poço das ilusões e vamos ter frustrações como resultados. Quem faz exercícios por uma hora, três vezes na semana, está destinando por semana 2.880 respirações no seu bem-estar futuro. Quem passa no bar tomando cerveja esse mesmo tempo por semana pode estar investindo numa alegria imediata, mas a conta vai chegar. Esses cálculos precisam ser feitos diariamente, pois as moedas da respiração nunca voltam.