Papo Reto
Manoel Soares fala sobre cascavéis e dengue
Colunista escreve para o Diário Gaúcho aos sábados
Coloquei esse título para te chocar e chamar a sua atenção. Agora, imagine comigo se hoje vivêssemos uma epidemia de cascavéis, cobras venenosas por toda a parte e matando geral. Imaginem se ninhos de cascavéis fossem encontrados nas casas, nos quintais, nos porões e forros de tetos. Quando nossos filhos estivessem dormindo, as cascavéis entrariam sem fazer barulho e os picariam. Elas também picariam nossos idosos e, em pouco tempo, eles morreriam.
Para conter a epidemia de cascavéis, o governo criaria uma campanha chamada: “Todos juntos contra as cascavéis”. Para aumentar a proteção, o governo criaria a vacina contra picada de cascavéis. Como os que morrem mais em nossa história imaginária por conta das picadas são crianças de 10 até 14 anos, elas são as que teriam prioridade nessas vacinas.
Agora, imaginem também se pais de crianças nessas idades não levassem os filhos para vacinar, porque não acreditam nas vacinas e preferem deixar que as cobras piquem mesmo.
A recomendação nesse caso de epidemia de cascavéis seria que as pessoas cuidassem dos seus quintais e casas, porque as cobras estavam se reproduzindo. Se as pessoas se dedicassem
10 minutos por semana para cuidarem de suas casas, já conseguiriam reduzir em quase zero a presença das cobras. Mesmo com todas essas recomendações, as mortes por picadas de cascavéis só aumentam e as pessoas não levam os filhos para vacinar, colocando todos em risco.
Bom gente, tenho uma boa e uma má notícia em nossa coluna: a boa é que não existe nenhuma epidemia de cascavéis, mas a notícia ruim é que temos uma epidemia de dengue, e tudo que eu disse sobre as cobras aqui, se aplica à dengue. Se não entendermos que o mosquito é tão perigoso como uma cobra, não vamos dar a devida seriedade ao caso.