Pensando nas famílias que começaram a reconstrução dos lares atingidos pela enchente de maio, um grupo de alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Feevale, em Novo Hamburgo, iniciou um projeto de fabricação e doação de móveis. Os primeiros conjuntos de cama e bancada de pia foram entregues no último sábado (8). A distribuição é feita pelo Instituto de Aprendizagem CVTV e pelo Rotary de Novo Hamburgo para os moradores de bairros atingidos na cidade. 

O estudante do 8º semestre do curso Eduardo Leuck, 24 anos, foi um dos idealizadores da ação. Era Dia das Mães quando ele e outros quatro colegas se inquietaram com a vontade de ajudar as vítimas da tragédia que tomou o Estado. Em seguida, apresentaram ao professor Tiago Balen, 44 anos, que hoje coordena o projeto, a ideia de desenhar mobiliários que reutilizassem a madeira de pallets. 

A partir daí, a iniciativa cresceu com o apoio de voluntários e da universidade, que cedeu o espaço de produção. 

— Não tivemos como estar na linha de frente ajudando por questões de trabalho, tempo e locomoção. Aí pensamos como poderíamos ajudar no pós-enchente. Começamos do zero e em uma semana tomou proporções que não imaginávamos. É muito motivador — conta Eduardo. 

Agora, um mês depois da criação da MobiLar, como foi batizada a ação, o projeto já recebeu a contribuição de uma marcenaria da cidade, de uma empresa que ofereceu madeira, de uma doação de colchões para compor as camas e de outros cursos da faculdade. Além disso, um restaurante doou mesas e cadeiras com avarias para serem reformadas e distribuídas às vítimas cadastradas. O próximo passo é a montagem de roupeiros. 

Com a volta das aulas na Feevale depois da suspensão por causa da enchente, a ação foi integrada à disciplina de Projeto Vivenciado, lecionada pelo professor Tiago, abarcando todos os alunos da cadeira. Porém, a oficina onde ocorre a produção também recebe outras aulas da instituição e, por isso, o tempo que o MobiLar pode usufruir da estrutura diminuiu-se. 

Pela escassez de tempo e de voluntários, que estão retomando os compromissos do cotidiano depois da enchente, Tiago teme que não conseguirão contemplar todas as pessoas cadastradas. Foram mais de 300 inscrições, que já estão encerradas. Por isso, o professor faz o apelo para que mais pessoas se voluntariem e, também, para doação de materiais para darem continuidade à produção. 

— Como professor, eu estou muito satisfeito com os alunos, mas ainda precisamos de muitas coisas. Eu estou indo em muitas casas atingidas e vejo a situação… As pessoas perderam tudo e estão com muitas expectativas pelos móveis para esse recomeço — destaca o professor.

Como ajudar

/// Conheça o perfil do projeto no Instagram @projeto_mobilar
/// Caso queira doar materiais para a fabricação dos móveis, entre em contato pelo telefone (51) 98059-6680
/// Doações financeiras podem ser feitas pela chave Pix daarqfee@gmail.com

O que doar

/// Guias de madeira pinus e/ou eucalipto
/// Parafusos de rosca rápida
/// Lixa para ferro
/// Verniz marítimo
/// Solvente aguarrás
/// Pincel, roloebandeja para pintura
/// Panos para limpeza
/// Lixadeira
/// Parafusadeira
/// Furadeira

Produção: Caroline Fraga