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Usuários do transporte metropolitano ainda relatam insatisfação sobre linhas e horários de ônibus pós-enchente

Falta de coletivos faz com que  moradores de Cachoeirinha e Canoas enfrentem transporte lotado para ir e voltar de Porto Alegre; Transcal informa que operação não foi 100% retomada

16/08/2024 - 14h51min

Atualizada em: 16/08/2024 - 14h51min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Duda Fortes / Agencia RBS

Usuários da Transcal, companhia de ônibus metropolitanos que atende Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada e Canoas, reclamam do serviço prestado pela empresa depois da enchente. Para quem enfrenta a diminuição de horários, a alteração de rotas e a lotação dos coletivos, a normalidade ainda não voltou.

O problema vem sendo denunciado por moradores de Cachoeirinha desde junho. Em resposta, a Transcal prometeu a retomada completa da operação no município e em Gravataí no início do mês passado. Uma melhora na oferta de coletivos foi percebida pelos passageiros, mas o serviço ainda causa insatisfação. 

A reportagem circulou entre as paradas 46 e 58 na Avenida Flores da Cunha, em Cachoeirinha, em sentido à Capital, na manhã de quinta-feira (15). Foram vistos dois ônibus da linha Morada do Vale cheios até a porta da frente e, conforme o relato dos usuários do transporte, os coletivos passavam de hora em hora.

A estudante Natana Peres, 25 anos, pega o transporte em horários variados durante a semana para frequentar as aulas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ela embarca na Avenida Lídio Batista Soares, última parada da linha Granja Esperança antes de entrar na Avenida Flores da Cunha, e conta que é um desafio depender do transporte tanto de manhã quanto à tarde. 

– Geralmente eu pego às 13h e, às vezes, às 8h. Ele demora ainda mais por não ser em horário de pico e de manhã é lotado, independentemente se for 8h, 9h ou 10h. Na segunda, eu fiquei 50 minutos na parada esperando, dentro do horário que eu sei que ele passa, e não veio – relata. 

Ela observa, ainda, que o problema da superlotação já existia antes da enchente e foi piorado com a mudança na grade horária. 

Não são apenas os moradores de Cachoeirinha que enfrentam problemas. Com a interrupção da operação da Trensurb entre as estações Mercado e Mathias Velho, os passageiros de Canoas passaram a lidar, também, com a lotação. O analista de sistema Misael Antunes, 31 anos, utiliza a linha semidireto Guajuviras/Praia de Belas e precisou adaptar sua rotina para não ficar muito tempo esperando pelo ônibus para voltar para casa:

– Hoje a gente tem seis horários para ir e cinco para voltar. Quem precisa pegar de tarde para voltar para Canoas tem que ficar esperando até 17h20min, quando ele sai do terminal, que é o primeiro horário. Quando chega no Centro já está lotado, o segundo que sai também, e tem gente que tem que esperar até o terceiro – afirma.

Serviço não voltou totalmente

A Transcal informa que continua avaliando a oferta de horários, oferecendo serviços dentro da capacidade de lotação dos veículos e de acordo com a orientação da Metroplan. “Atualmente, a empresa já retomou 92% dos horários que estavam disponíveis em tabela anteriormente às enchentes”, alega. 

A companhia destaca que “a Metroplan atualizou a tabela horária de ônibus metropolitanos, afirmando que não haverá retomada completa de todas as linhas e horários devido a uma redução de 70% do número dos passageiros transportados na Região Metropolitana após as cheias”.

Produção: Caroline Fraga



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