Base das lutas sociais e políticas na periferia, o hip hop sempre foi uma ferramenta de denúncia, defesa e promoção cultural. Por isso, não é de hoje que o coletivo Nação Hip Hop Brasil atua no Rio Grande do Sul comprometidos com o fortalecimento de políticas públicas. Em uma postagem no perfil do Instagram @nacaohiphoprs, os organizadores declaram: “O hip hop sempre teve esse papel e não seria diferente agora.” 

Desde o primeiro momento, a Nação Hip Hop RS está na linha de frente no enfrentamento da crise climática que assola o Estado. O rapper e ativista Daniel Guedes, mais conhecido como DKG, é um dos coordenadores do coletivo. Segundo ele, não foram só casas e ruas que foram danificadas pela enchente, mas também os sonhos e trabalhos de muitos artistas de hip hop da periferia. 

— Estúdios foram inundados, equipamentos destruídos e espaços de ensaio que eram santuários de criação viraram lembranças — diz o artista, que também é estudante de História. 

Desde 2005, o coletivo se coloca como um farol de esperança e resistência. A missão é fortalecer a cultura do hip hop no país, apoiando artistas periféricos, criando espaços de diálogo, integração e lutando contra as desigualdades sociais e raciais com arte e educação.  

DKG diz que, agora, mais que nunca, essa missão se tornou crucial diante da tragédia. Outras sedes do projeto pelo país se mobilizaram rapidamente para apoiar o braço gaúcho.  

Para ajudar os artistas afetados, o coletivo fez um mapeamento das pessoas do hip hop que estavam em áreas alagadas. A base de dados ajudou a organizar o trabalho, que se tornou uma assistência emergencial aos artistas, arrecadando doações, substituindo equipamentos perdidos, encontrando novos espaços para ensaio e oferecendo o suporte financeiro e emocional. 

Ações

O grupo tem, atualmente, 128 inscritos para metas emergenciais, de médio e longo prazo. Entre as iniciativas realizadas, destacam-se: 322 cestas básicas entregues, 40 toneladas de donativos arrecadados, cem voluntários envolvidos, cem cobertores doados e 200 kits de higiene. 

A presidente estadual da Nação Hip Hop RS, Negra Jaque, diz que, além de dar conta das novas demandas que surgiram com a enchente, o coletivo não parou com seus outros trabalhos.  

— Foi um momento bem difícil, precisamos nos reorganizar como entidade para não fechar as ações culturais. A gente manteve as oficinas como espaço de acolhimento, para as crianças já que as escolas estavam sem aula. Foi superimportante — diz.  

— Você pode fazer a diferença. A ajuda de todos é essencial — diz DKG, que explica que existem muitas maneiras de contribuir.  

Para apoiar os artistas afetados, você pode se voluntariar oferecendo o seu tempo e habilidades em áreas como organização de eventos, marketing e educação. Dar oportunidade para os artistas e participar dos eventos e atividades promovidas pela Nação, além de divulgar as iniciativas do coletivo. O objetivo das ações é ligar a cultura com a solidariedade.  

O próximo evento programado é o Festival Feira Palmares RS, que ocorre no dia 14 de julho, das 9h às 20h no Largo dos Palmares. O ingresso é 2kg de alimentos não perecíveis, que serão destinados à comunidade. Mais informações podem ser obtidas no perfil do Instagram @festivalfeirapalmaresrs.

Mais do que um projeto de promoção cultural, o Nação RS tem sido uma ferramenta de transformação para a comunidade periférica do Estado, e o trabalho ainda não terminou. Acesse as redes sociais do coletivo e dos artistas para ficar por dentro das ações, pois como afirma DKG: 

— Juntos somos mais fortes e mais difíceis de sermos quebrados. Juntos podemos ajudar a cultura hip hop a se levantar ainda mais forte.

Como ajudar a Nação

Doações pela chave Pix: 51 98530-9109 (celular, Geovane)
Endereço: sede do Galpão Cultural (Rua 9 de Julho, 878, em Porto Alegre)
Contato: por meio do perfil no Instagram @nacaohiphoprs
Siga nas redes sociais: @galpaoculturalch2poa, @dkg.dekilograma e @negrajaqueoficial

* Produção: Camila Mendes