Notícias



Medida de prevenção

No México, 15 mil apitos são distribuídos para mulheres denunciarem assédio sexual

Capital mexicana registra alto índice de abuso contra mulheres

06/07/2016 - 11h40min

Atualizada em: 06/07/2016 - 11h44min


No início desta semana, 15 mil apitos foram distribuídos para as mulheres da Cidade do México como forma de se defenderem do assédio sexual. A medida, anunciada pela prefeitura como meio de alardear possíveis ataques, faz parte uma ação para erradicar a violência sexual em lugares públicos, como o metrô.

Com mais 8 milhões de habitantes, a capital mexicana registra altos índices de violência sexual contra mulheres. Em pesquisa recente, 72% das entrevistadas que residem na Cidade do México disse ter sofrido algum tipo de abuso. No país inteiro, essa taxa fica em 63%.

Leia mais:
Apito pode ser uma arma no combate à violência?
Felipe Bortolanza: Um ladrão? Priiiiiiiiiiiiiii
O que as mulheres dizem sobre abuso sexual no transporte público

Ligado à prefeitura, o Instituto das Mulheres divulgou uma nota explicando que o apito deve ser usado quando uma mulher se sente ameaçada, para desestimular o agressor a cometer abusos. O ruído do apito, que pode alcançar 700 metros, também serviria como alerta para as pessoas prestarem assistência à mulher que usou o aparelho.

Apesar do assédio disseminado, a distribuição dos apitos gerou críticas, inclusive entre as mulheres. Em um vídeo, a ativista Catalina Ruiz Navarro, fundadora de uma associação feminista, questiona: "E se não levo e apito e me abusam? O que acontece, foi minha culpa?".

No Twitter, os mexicanos fizeram piada com a iniciativa.

– Pensar que você está andando com um apito não dissuade nem protege, é uma medida de emergência que não muda o comportamento e, ainda por cima, ninguém garante sua eficácia – disse Catalina em entrevista ao jornal El País.

Em Porto Alegre, moradores do bairro Cidade Baixa passaram a usar o apito para denunciar possíveis assaltos. A Brigada Militar apoiou a iniciativa, mas alertou que o apito não deve ser usado pela vítima durante o ataque.

Leia outras notícias:



MAIS SOBRE

Últimas Notícias