Seu problema é nosso
Moradores estão sem água há cinco dias em bairro de Porto Alegre
Segundo moradora, o desabastecimento atinge cerca de mil famílias que vivem na região do Morro Agudo
Desde a semana passada, os moradores da comunidade Morro Agudo, em Porto Alegre, estão sem água. O local fica em uma região mais alta do bairro Campo Novo, na Zona Sul. O problema, segundo o motorista Antonio Marcos de Oliveira, 56 anos, começou na tarde de quinta- feira passada.
Leia mais
Bebê perdeu a mãe no parto e precisa de doações de leite em Porto Alegre
Buracos na calçada são fechados após quatro meses de espera em Porto Alegre
Falta de ônibus com elevador funcionando prejudica alunos de Apae em Porto Alegre
— Depois do almoço, notamos que havia faltado água. Sorte que temos caixa d’água em casa, deu para se prevenir — conta ele.
Atendimento
No dia seguinte, os moradores notaram que o abastecimento ainda não havia sido normalizado pelo Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae). Desde então, já perderam as contas do número de vezes em que entraram em contato com o órgão. Até o momento, estão sem receber uma resposta satisfatória.
Antonio diz que as ligações para o Dmae têm sido desanimadoras. Além de relatar mau atendimento por alguns servidores, diz que nenhuma previsão de solução é dada. Antonio Marcos afirma que o desabastecimento atinge cerca de mil famílias que vivem no Morro Agudo.
— Falaram que o problema era em uma bomba estragada na Estrada Cristiano Kraemer. E que não teria previsão de conserto, pois os servidores estão em greve — diz Antonio, que recebeu a informação durante uma das várias ligações que têm feito ao Dmae desde quinta.
A caixa-d’água da residência de Antonio esvaziou ontem. Agora, além das roupas, acumuladas desde quinta para serem lavadas assim que a água retornar, o desabastecimento começa a prejudicar também a preparação dos alimentos e a higiene da família, composta por cinco pessoas.
— Minha família ainda conseguiu racionar a água até ontem. E os vizinhos que não têm caixa d’água e estão desde quinta-feira sem ajuda, como ficam? — questiona o morador.
Segundo Antonio, nem os pedidos de envio de um caminhão-pipa para abastecer as famílias foram atendidos pelo Dmae.
Moradores seguirão sem abastecimento
O Dmae atribuiu à Ceee a falta d’água nos bairros Vila Nova e Campo Novo, ocorrida na sexta-feira passada – explicou que foi a suspensão no fornecimento de energia que causou o problema. Porém, a Ceee argumenta que a origem foi um defeito interno da estação que é de responsabilidade do Dmae.
No sábado, para complicar a situação, um carro bateu no poste interno da Estação de Bombeamento de Água Tratada (EBAT) Cristiano Kraemer, na Vila Nova. A colisão danificou os cabos de energia elétrica que alimentam a EBAT. Por isso, segundo o Dmae, o serviço é complexo e requer maior tempo e técnicos especializados.
A troca da tubulação elétrica já teve início, mas ainda não há previsão para o fornecimento de água voltar ao normal. Ontem à tarde, após contato da reportagem, o Dmae encaminhou um caminhão-pipa para abastecer, de forma paliativa, quem vive na região.
*Produção: Alberi Neto