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Seu problema é nosso

Terreno baldio em Alvorada vira lixão irregular e moradores cobram limpeza da prefeitura

Em abril do ano passado, o problema da Rua Alfredo da Rocha foi contado pelo Diário Gaúcho, mas um ano depois, situação se repete

06/03/2018 - 10h33min


Arquivo Pessoal / Leitor/DG
Ao lado da casa de Jéssica, lixão tem se tornado incômodo aos moradores do local

Um dos vizinhos dos moradores da Rua Alfredo da Rocha, em Alvorada, não é bem-vindo. Apesar de ter mudado de endereço há quase um ano, ele retornou. Ao lado da casa da recrutadora Jéssica Almeida, 25 anos, este vizinho — um lixão — se forma novamente, na altura do número 675 da via, trazendo grandes problemas para ela e sua família. 

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Entre sofás, móveis, lixos e animais mortos, ratos e baratas, que ficam na calçada e para dentro do terreno de 360 metros quadrados, o perigo é quase invisível. Em novembro do ano passado, Jéssica contraiu dengue hemorrágica.

— Acredito que os mosquitos tenham vindo do terreno abandonado. Vivemos com inseticida, dentro de casa e na rua, além de sempre passarmos repelente no corpo — relata a moradora.

Retorno

Em abril do ano passado, o problema da Rua Alfredo da Rocha foi contado pelo Diário Gaúcho. Na época, a Secretaria de Obras e Viação (Smov) de Alvorada emitiu uma nota garantindo que faria a limpeza da calçada — promessa que foi cumprida 11 dias após a publicação da matéria

Na data, a prefeitura afirmou que seria realizada, ainda, uma fiscalização para apurar a responsabilidade da proprietária nessa situação, devido ao acúmulo de resíduos dentro do terreno. 

Perigo dobrado

Além do medo de contrair doenças, Jéssica também tem receio de que a área ao lado da sua casa pegue fogo e atinja sua residência. Em novembro de 2015, houve um incêndio no depósito irregular de lixo, e quem controlou o fogo foram os próprios moradores. Segundo a jovem, como o terreno tem galhos e lixo seco, existe o risco de uma bituca de cigarro fazer um grande estrago:

— Em janeiro, meu pai apagou o fogo com a mangueira da nossa casa, mesmo. Não sabemos o que fazer.

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O irmão de Jéssica também tentou solucionar o problema. Ele contratou uma pessoa para limpar o terreno, deixado os galhos perto da calçada, a fim de evitar que pessoas entrem no local. 

— Ele tentou fazer uma espécie de bloqueio para que ninguém entre nos fundos da nossa casa, é uma segurança para a gente.

Arquivo Pessoal / Leitor/DG
Além do lixo jogado no local, galhos invadem a calçada

Prefeitura promete limpeza até amanhã

A limpeza no local está prevista, conforme a prefeitura, para ser feita até esta quarta-feira. As limpezas são realizadas diariamente pela cidade, já que há diversos focos de lixo no município. Em relação ao proprietário do terreno, assim como na primeira reportagem, de abril de 2017, a prefeitura disse que o identificaria e o notificaria conforme o código de posturas. Entretanto, nestes 11 meses, não houve uma confirmação em relação ao dono. 

O jornalista responsável pela comunicação do órgão, Fábio Medeiros, explicou que, como Alvorada já pertenceu à cidade de Viamão, os registros estão nas duas cidades, "o que complica a localização do dono da área" e ainda acredita "que o proprietário do terreno não foi encontrado".

Quando questionada sobre a proliferação de insetos, a assessoria de comunicação afirmou que não existirão mais insetos e outros animais no local depois de feita a limpeza. 

Denuncie

— A responsabilidade sobre descarte irregular de lixo não é somente da prefeitura: é também das pessoas que fazer o descarte proibido. Portanto, faça a sua parte e não jogue lixo onde não é permitido. 

— Além disso, você pode denunciar o uso irregular de terrenos baldios em Alvorada pelo telefone (51) 3044-8676 ou presencialmente na Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SEMSU), que fica na Rua Maris e Barros, 322, bairro Americana, das 8h às 11h45min e das 13h às 16h45min, de segunda a sexta-feira.

*Produção: Eduarda Endler

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