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Seu problema é nosso

Quase um mês após furto de fiação elétrica no Viaduto da Borges, lojas seguem sem luz

No início de abril, o Diário mostrou o problema. Na data, a prefeitura disse "estar trabalhando para levantar as dimensões dos danos e adotar as medidas necessárias". Entretanto, nada mudou ainda

17/04/2018 - 09h45min

Atualizada em: 17/04/2018 - 16h03min


Arquivo Pessoal / Leitor/DG
Ontem, Tânia procurou a Ceee para contestar a conta de energia

Prestes a completar um mês, o furto da fiação de energia elétrica de oito lojas do Viaduto Otávio Rocha, no Centro Histórico de Porto Alegre, continua causando dor de cabeça aos comerciantes afetados pelo crime. 

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No início de abril, o Diário Gaúcho mostrou o problema. Na data, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE) disse "estar ciente e trabalhando para levantar as dimensões dos danos e adotar as medidas necessárias para restauração das instalações". Entretanto, passados sete dias, nada mudou. 

— Não chegaram nem a vir aqui. Nenhum responsável da prefeitura apareceu — garante Tânia Bordignon, 53 anos, dona do Armazém do Mercado. 

Por conta própria 

Enquanto conversava com a reportagem, a comerciante aguardava atendimento em um posto da Ceee na Capital. Segundo ela, os comerciantes já estão buscando orçamentos para fazer o serviço por conta própria, mas alguns não terão condições de arcar com os reparos: 

— Pelos orçamentos que fizemos até agora, custará cerca de R$ 2.500 por loja. Isso inclui a colocação da fiação e a mão de obra do eletricista que teremos de contratar. Vim até a Ceee porque recebi uma conta de luz da qual exijo o cancelamento, já que não tem luz na minha loja há quase um mês. 

Insegurança 

Preocupados com a situação causada pela falta de energia elétrica, comerciantes como Rafael Brum, 40 anos, dono de uma floricultura e bazar instalados no viaduto da Borges, já nem abrem o comércio diariamente. 

Arquivo Pessoal / Leitor/DG
Fiação e relógios de luz foram furtados durante a madrugada

O floricultor estava, inclusive, expondo produtos na calçada, devido à falta de iluminação na loja: 

— Nesta semana, vou abrir somente dois dias, para não parecer que está abandonado. Do jeito que está, se fecharmos, logo invadem. 

Comércio fechado 

O drama da escuridão nos oito estabelecimentos do Viaduto da Borges começou no dia 21 de março. Durante a madrugada, bandidos arrombaram um dos banheiros do local e levaram toda a fiação das caixas de luz. Além de cometer esse crime, eles depredaram os banheiros, conforme relato de Arisoli Moisés Weidenfeld Palma, 48 anos, dono de uma livraria no prédio histórico. Ele também não abriu a loja ontem, um costume que já vem se repetindo há tempos: 

— Em dias normais, as segundas-feiras já são paradas por lá. Agora, sem luz, não dá para ficar arriscando até tarde. O local está muito abandonado. 

Sem previsão para providenciar serviço 

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico da Capital informou que ainda está em busca de soluções para realizar a restauração das estruturas do Viaduto Otávio Rocha, de forma definitiva. 

O órgão afirmou que "não existe uma previsão de conclusão dos estudos devido à complexidade deste patrimônio cultural histórico". 

*Produção: Alberi Neto

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