Seu problema é nosso
Esgoto transbordando atrapalha rotina de aulas em creche de Porto Alegre
A creche é conveniada à Secretaria Municipal da Educação (Smed) e administrada pela Associação de Moradores da Mangue Seco, comunidade da Zona Leste
A Escola de Educação Infantil Jardim do Futuro, no bairro Lomba do Pinheiro, na Capital, também conhecida como Creche do Mangue Seco, enfrenta problemas com o esgoto que produz.
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A creche é conveniada à Secretaria Municipal da Educação (Smed) e administrada pela Associação de Moradores do Mangue Seco, cujo presidente é o líder comunitário Sérgio dos Santos, 66 anos.
Também professor aposentado, ele conta que, por não haver uma saída do esgoto doméstico para a rede cloacal, os tanques que armazenam os resíduos da cozinha e dos banheiros transbordam, provocando, assim, a invasão de esgoto pelos pisos interno e externo da escolinha.
Mau cheiro
A creche funciona há seis anos, atende 114 crianças com idades entre seis meses e cinco anos e conta com 18 funcionários. Em 14 de julho, foi feita uma festa junina para pais e alunos, mas o evento precisou ser interrompido porque o esgoto começou a invadir o local e produzir mau cheiro. Essa é uma situação recorrente na escola, diz Sérgio:
— Quando as moças da limpeza lavam as louças ao meio-dia, e os pequenos começam a usar os banheiros, já basta para que o mau cheiro invada as salas de aula. No verão, então, fica muito pior.
O líder comunitário conta também que a creche tem um muro que separa o espaço da rua e, nesse local, há um acúmulo de esgoto que gera risco de estragar a estrutura que cerca a Jardim do Futuro. Nos dias de chuva, a situação se complica ainda mais.
Vilma, diretora da escola, relatou que os alunos não podem aproveitar as atividades ao ar livre, em especial, na pracinha da escola, mesmo nos dias quentes:
— Quando essa água começa a escorrer, todas as crianças precisam voltar para as salas. Não deixamos que entrem em contato com esse esgoto e, infelizmente, isso prejudica as atividades no pátio.
Prefeitura desconhece serviço citado
Sérgio explica que costuma chamar a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb) quando os tanques estão transbordando, e os técnicos levam até a escola o caminhão de sucção de esgoto, que esvazia os reservatórios, amenizando a situação.
Porém, nem sempre a prefeitura atende no momento necessário, pois existe uma fila para a prestação do serviço, diz Sérgio. O ideal é que a limpeza ocorra de três em três meses.
A prefeitura explicou que o prédio onde funciona a escola foi construído pela Secretaria Municipal da Educação (Smed) em 2012 e repassado à Associação de Moradores, responsável pela manutenção. Na época, não havia rede pública para coleta do esgoto no local, e o sistema utilizado foi o de fossa e filtro, que devem passar por limpeza periódica, sendo essa uma atribuição do dirigente da entidade.
A Smed afirma desconhecer o serviço que Sérgio diz ser prestado pela prefeitura de sucção do esgoto da creche e afirma que a questão deve ser resolvida com a verba destinada à Associação. Em contrapartida, Sérgio declara que a verba recebida da Smed é utilizada para todas as necessidades da creche, desde o pagamento de funcionários até obras que precisam ser feitas.
*Produção: Juliana Agne