Seu problema é nosso
Isolada há quase um ano, marquise do Centro de Saúde Santa Marta não tem previsão de obras, em Porto Alegre
Os tapumes colocados pela prefeitura na entrada do posto, que fica na Rua Capitão Montanha, formam uma barreira de proteção contra o risco de queda da marquise do prédio
Interditada ao menos desde outubro passado, a entrada principal do Centro de Saúde Santa Marta, no Centro Histórico de Porto Alegre, incomoda quem passa pelo local. Os tapumes colocados pela prefeitura na entrada do posto, que fica na Rua Capitão Montanha, formam uma barreira de proteção contra o risco de queda da marquise do prédio.
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O isolamento no local também cobriu toda a calçada, impedindo a passagem de pedestres. Para o mestre de cerimônias Maurício Ronaldo Silveira, 60 anos, a situação "é um símbolo de descaso por parte do poder público".
Moradores do bairro Floresta, ele e a esposa, a secretária Angela Maria dos Reis, 53 anos, têm o Santa Marta como posto de saúde de referência. A unidade é o local de atendimento de cerca de 120 mil pessoas que vivem na região central da cidade, conforme a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Há cerca de três semanas, o casal foi ao local para um consulta de rotina de Angela. Na oportunidade, Maurício registrou a cena que já é rotina para quem passa por ali diariamente. Com os tapumes cobrindo toda a calçada, quem precisa caminhar pela Rua Capitão Montanha acaba se arriscando em meio aos veículos que circulam na via.
— São dois riscos. Se a marquise cair, não vai ser aquele tapume que vai evitar um acidente, os estilhaços vão longe. E o outro risco é para quem tem que andar pela rua, pois a calçada está obstruída — reclama o mestre de cerimônias.
Segurança
Mesmo que possa assustar quem passa pelo local, o isolamento da marquise não representa um risco à segurança dos pedestres, garante a assessoria de imprensa da SMS. Segundo o órgão, existe um laudo mostrando que "a estrutura não oferece risco de desabar se não for aplicado peso sobre ela". Mas, mesmo assim, por medida de segurança, a prefeitura isolou o local.
Prefeitura não tem prazo para obra
A falta de recursos do município não possibilita que a prefeitura faça a reforma do local com dinheiro público. Essa é a justificativa da SMS para que a entrada do Centro de Saúde Santa Marta esteja isolada há cerca de um ano.
Conforme a SMS, a saída encontrada pela prefeitura foi colocar a demolição da marquise, a troca do telhado e das janelas do prédio como contrapartida de um empreendimento que será construído no Centro Histórico. A contrapartida é uma obra ou ação executada por uma empresa privada como forma de compensar construções feitas por ela em uma região da cidade.
A prefeitura afirmou que, somente após a assinatura do contrato entre a empresa que fará a contrapartida e a administração pública, os reparos serão executados. Entretanto, não há previsão para que isso aconteça.
A SMS não especificou em que etapa se encontra a obra e qual a empresa responsável pelo empreendimento que arcará com as reformas na fachada do Santa Marta.
*Produção: Alberi Neto