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Seu Problema é Nosso

Em Taquara, deslizamento de terra interrompe acesso à Estrada do Feixe, no interior da cidade

Artemio Ferreira Guimarães, 75 anos, precisa fazer um desvio de cerca de 35 quilômetros para sair da cidade e chegar a Porto Alegre

19/09/2018 - 11h26min


Arquivo Pessoal / Leitor DG

Desde o início de setembro, os moradores do interior de Taquara enfrentam dificuldades para sair de casa e manter uma rotina normal. Quem mora próximo à Estrada do Feixe, na localidade de Padilha Velha, convive com um deslizamento de terra provocado pelas intensas chuvas.

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O caseiro aposentado Artemio Ferreira Guimarães, 75 anos, precisa fazer um desvio de cerca de 35 quilômetros para sair da cidade e chegar a Porto Alegre, onde faz tratamento contra um tumor na boca, no Hospital de Clínicas. 

— Eu preciso consultar, pois tem dias que sinto dor, mas não consigo, porque não tem como cruzar sem fazer um atalho enorme. Esse local é acesso para muitos lugares, prejudica muita gente essa terra toda aqui — conta o aposentado. 

Trabalho Artemio relata que buscou ajuda da prefeitura por telefone, pois, a cada chuva, a situação piora, já que a terra continua deslizando. Para o agricultor Adelar de Moura, 52 anos, o deslizamento atrapalha a rotina da plantação. Adelar pratica a agricultura familiar e fornece verduras, legumes e frutas para feiras da cidade. 

— Preciso caminhar dois quilômetros, levando as verduras nas costas, porque não consigo encostar o carro aqui perto para carregá-las. Às vezes faço isso mais de uma vez, conforme a produção — conta.

Desânimo Adelar afirma que também procurou a administração municipal e recebeu uma notícia desanimadora para os moradores da Estrada do Feixe: 

— Eles (funcionários da prefeitura) disseram que só irão arrumar no ano que vem, provavelmente. 

Prefeitura opta por "não mexer agora"

A prefeitura de Taquara afirmou que, logo que soube do deslizamento de terras que aconteceu na Estrada do Feixe, servidores da Secretaria Municipal de Obras foram ao local com uma equipe das secretarias de Meio Ambiente e de Planejamento e Urbanismo. Foi constatado, através de um laudo técnico, que a movimentação não atingiu residências, mas levou “material de solo e vegetação para regiões mais baixas, atingindo inclusive as proximidades do rio”. 

De acordo com o diretor de Obras de Taquara, Juarez Leão, como medida emergencial de segurança, foi providenciado o isolamento da área e feita a comunicação dos moradores das proximidades. Também foi solicitado o planejamento de uma obra de engenharia, visando restaurar o tráfego no local e minimizar o risco geológico de ocorrência de novos danos ou acidente. 

Segundo Leão, não há condições de mexer nesse deslizamento enquanto a terra ainda estiver molhada, pois isso poderia causar um dano ambiental muito grande. 

— Se mexermos agora, poderíamos provocar um deslizamento maior, trancando até o leito do rio que corre perto — informou Juarez. 

Enquanto os trabalhos não podem ser iniciados, os moradores da região seguem utilizando outra estrada para ter acesso à RS-020 e se deslocarem para Três Coroas ou São Francisco de Paula. 

Produção: Eduarda Endler

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