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Falta de sinalização na RS-118 causa insegurança para pedestres e motoristas

Parte da duplicação da RS-118, que já se estende há duas décadas, está mal sinalizado, dificultando a travessia de veículos e pedestres. Governo quer concluir o trabalho ainda em 2019

23/01/2019 - 07h00min


Alberi Neto
Alberi Neto
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Lauro Alves / Agência RBS
Pedestres se arriscam para fazer a travessia, como o metalúrgico aposentado Darci Thiesn (foto)

As obras da RS-118 já se estendem há tanto tempo que o transtorno causado pelos desvios e bloqueios virou rotina. Entre idas e vindas, paradas e recomeços, os trabalhos de duplicação da via já duram 26 anos — a primeira licitação foi lançada em 1993, como recorda o diretor-geral do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer-RS), Rogério Uberti. Com intervenções ocorrendo há tanto tempo, os motoristas que circulam por ali, quando questionados, se dizem acostumados com os gargalos que se formam na rodovia.

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— Os transtornos de agora são o ônus para termos uma pista duplicada no futuro — diz o motorista Lidiano de Matos, 45 anos. 

O maior problema é para quem vem das BRs 116 ou 448, no trecho de Sapucaia do Sul, logo no início da rodovia. Neste ponto, um viaduto está em construção. Entretanto, a falta de sinalização e de orientação aos motoristas e pedestres têm causado um sem fim de confusões. 

Nesta terça-feira (22), a reportagem esteve em Sapucaia do Sul e presenciou situações de risco. Circulando pela região, é fácil registrar a confusão no trânsito, principalmente para quem vem dos bairros e tenta acessar a rodovia. Além disso, muitos pedestres precisam se arriscar em meio aos carros e caminhões para atravessar a pista. Morador de Sapucaia, o metalúrgico aposentado Darci Thiesn, 65 anos, precisa descer da bicicleta para fazer a travessia da RS-118. Ele diz estar acostumado ao transtorno, mas ressalta que é preciso atenção ao cruzar a via.

— Se não tem pique para passar correndo, melhor nem se arriscar — brinca.

Imprudência

Os congestionamentos gerados pelas obras não têm se limitado apenas aos horários de pico. Na manhã em que a reportagem esteve no local, mesmo depois das 10h, o movimento era lento no sentido Gravataí-Sapucaia. O gargalo se forma pois quem vem de Gravataí encontra bons trechos já duplicados, o que dá mais fluxo ao trânsito. Entretanto, chegando em Sapucaia do Sul, é necessário andar por pista simples. Aliado a isto, o trânsito local, das comunidades lindeiras à rodovia, carrega ainda mais o fluxo. Quem circula diariamente pela região precisa ter paciência. O autônomo Adriano Dalla Lastra, 56 anos, que mora em Esteio, ainda chama a atenção para imprudência de alguns motoristas:

— Sempre tem alguns que atravessam onde não devem. A tranqueira é consequência, fazer o quê? A obra tem que sair.

A industriária Irani Valena Pereira, 63 anos, só se arrisca na travessia da pista em casos de extrema necessidade. Ontem, a moradora de Esteio precisou ir até o lado de Sapucaia do Sul. Para ela, a falta de uma sinalização específica para os pedestres é o que causa mais problema.

— Só se metendo no meio dos carros para conseguir passar. Eu tenho medo, mas não tem o que fazer, não tem uma passarela sequer para atravessarmos — reclama Irani. 

Lauro Alves / Agência RBS
Retorno e acessos locais não tem sinalização vertical ou horizontal, e nem pintura de faixas

Mudanças ainda em janeiro

O diretor-geral do Daer-RS, Rogério Uberti, reconhece os problemas de sinalização das obras da RS-118, principalmente no trecho de Sapucaia do Sul. Segundo ele, na quinta-feira passada, uma reunião entre a Secretaria de Logística e Transporte do Estado e o Daer definiu a diretoria de Operação Viária vai assumir a responsabilidade por providenciar melhorias na sinalização e na mobilidade da rodovia. Conforme Rogério, o órgão ainda assinou, no fim do ano passado, um termo aditivo no contrato do trecho de Sapucaia para aquisição de equipamentos de sinalização, principalmente para iluminação noturna do local.

— Entre o fim de janeiro e o mês de fevereiro os usuários da via começarão a sentir os efeitos práticos. Apesar de ser uma obra de grande porte, não podemos virar as costas para as comunidades ao redor. 

Conclusão

A expectativa do Daer e do Governo do Estado, é concluir a RS-118 ainda em 2019. Segundo Rogério, se seguirem o ritmo atual das obras, não devem haver empecilhos quanto a este prazo. 

— A duplicação está sendo tratada como prioridade pelo governador. É uma obra que já está 70% concluída, sua não finalização é impensável — garante o diretor do Daer.

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