Seu Problema é Nosso
Professora precisa de ajuda para voltar a ouvir
Há quatro anos, a professora de Artes Fatima Ledi Marin Mathias, 56 anos, descobriu que estava perdendo a audição. Para a compra de aparelhos auditivos, ela precisa arrecadar R$ 7,5 mil
Conversar com alunos e ministrar aulas se tornou um desafio diário para a professora Fatima Ledi Marin Mathias, 56 anos. Há quatro anos, ela teve o diagnóstico de que estava perdendo a audição de forma gradativa e irreversível. O problema, que compromete seu trabalho e sua autoestima, pode ser amenizado com o uso de aparelhos auditivos que custam cerca de R$ 7,5 mil.
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— Descobri que estava perdendo a audição em uma audiometria. Meu pai também sofre com esse problema. Só que, de três anos para cá, minha situação foi piorando. O médico disse que meu caso é muito sério — relata Fatima.
Atualmente moradora de São Leopoldo, ela é viúva e se mantém financeiramente sozinha, trabalhando 60 horas por semana em duas escolas. Leciona Artes e Ensino Religioso no Colégio Estadual 25 de Julho e é orientadora pedagógica no Colégio Estadual Vila Becker, ambos em Novo Hamburgo.
— Falo para os alunos que não consigo compreender, que estou surda. Me sinto perdida, excluída, pois não consigo distinguir o que as pessoas estão falando. E, como orientadora, preciso conversar com pais de alunos. Sempre repito “poderia falar mais alto?”. É uma situação constrangedora — explica Fatima.
De acordo com a professora, ela escuta apenas 20% pelo ouvido direito e 45% pelo esquerdo e está esperando por um aparelho auditivo fornecido pelo SUS — sem previsão de quando chegará. Além disso, não tem como assumir a prestação da compra do aparelho.
— Não estou aguentando essa situação, e só tem piorado minha rotina. Não tenho mais tempo para esperar pelo SUS — lamenta.
Solidariedade
Para ajudar a professora, sua amiga Cláudia Flores, jornalista, 35 anos, organizou uma vaquinha online para arrecadar o valor necessário. Até sexta-feira, o valor doado chegava a R$ 2.025.
— Quando eu soube da dificuldade dela, fiquei muito comovida. Quando a gente ajuda um professor, estamos colaborando com o futuro das próximas gerações. Foi por isso que criei uma vaquinha para ajudar essa mulher batalhadora — afirma a amiga.
Segundo Cláudia, a campanha foi divulgada nas redes sociais:
— Qualquer um pode colaborar com o valor que quiser. Tenho muita esperança de que mais pessoas queiram ajudá-la.
Vocação para ensinar
Com uma origem humilde e com muitas dificuldades, Fatima era empregada doméstica em São Sepé, onde morava. Depois de casar e se tornar mãe, decidiu realizar o sonho de ser professora. Em 1999, passou no vestibular da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) para cursar Pedagogia.
Durante o curso, sem condições de pagar pelo transporte entre as cidades, contava com caronas para ir às aulas.
— Nos quatro anos de faculdade, eu peguei 834 caronas com um grupo de caminhoneiros —conta Fatima, que registrou tudo em um caderno.
Aos 40 anos, em 2003, obteve a sonhada formação. Logo depois, fez uma pós-graduação. Mudou-se para a Região Metropolitana em busca de trabalho, até que conseguiu vaga em Novo Hamburgo.
Como ajudar
/// Para contribuir com a compra do aparelho auditivo, doe por meio da vaquinha online.
/// Mais informações pelo WhatsApp: (51) 99748-0830.
Produção: Caroline Tidra