Notícias



Alvo no futuro

Alunos de projeto que oferece aulas gratuitas de tiro com arco ganham destaque em competições nacionais

Objetivo dos atletas, vindos de escolas públicas de Cachoeirinha, é representar o Brasil em Olimpíadas

21/06/2019 - 07h00min

Atualizada em: 21/06/2019 - 18h35min


Alberi Neto
Alberi Neto
Enviar E-mail
Marco Favero / Agencia RBS
Gurizada treina com foco no sonho de representar o Brasil

Cada flecha disparada pelos jovens do projeto Alvo no Futuro, de Cachoeirinha, é semelhante aos objetivos que eles traçam: tem rumo certo. Mesmo praticando um esporte pouco popular no país, o tiro com arco, a vontade de representar o Brasil em uma Olimpíada é tão grande quando a de acertar a flecha no alvo. 

Apesar de ter ser criado em 2013, o Alvo no Futuro ganhou força – e o nome que carrega hoje – em 2016, quando recursos do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) foram usados pela prefeitura para fortalecer a iniciativa. O tiro com arco não é um esporte barato. Uma versão simples do instrumento de disparo custa em média R$ 1 mil, como explica o técnico, Cristiano Zarichta. 

Leia outras notícias do Diário Gaúcho

– Eu iniciei as aulas por conta. Chegou ao conhecimento da prefeitura, que, com a vinda dos recursos do COB, resolveu aplicar neste esporte. Hoje, atendemos cerca de 60 alunos no contraturno escolar – explica o técnico.

Marco Favero / Agencia RBS
Luis Henrique mostra concentração nos treinos

As equipes são divididas em três regiões da cidade, chamadas de núcleos. Cada grupo treina uma vez por semana. Os alunos que se destacam passam a fazer parte da equipe de alto rendimento. Estes treinam todos os dias da semana – exceto domingo – na Casa de Cultura Demósthenes Gonzalez. 

– É uma honra saber que os alunos do projeto e a própria cidade estão sendo reconhecidos – diz o prefeito, Miki Breier.

Empenho que dá resultado

O barulho incessante das flechas cortando o vento e cravando no alvo, ato repetido diariamente pelos alunos do grupo de alto rendimento, já tem trazido resultados. Atualmente, 17 jovens estão na equipe. Entre 2017 e 2018, o time já ganhou destaque no cenário nacional.

Leia também
Escolinha Lobos da Zona Sul oferece aulas gratuitas de futebol para meninos e meninas na Capital
ONG da Restinga oferece aulas de corte e costura para mulheres
Lutadora que fez vaquinha para ir a campeonato mundial embarca para a Tailândia

– Em 2016, estávamos começando como o projeto público. Mas já no ano seguinte conquistamos algumas modalidades no campeonato brasileiro, o que se repetiu em 2018.

Hoje campeões, os jovens que participam do projeto nunca tinham se imaginado como atletas. Vencedor nas modalidades individual masculina, dupla mista e equipe em 2017 – todas na categoria infantil –, Luís Henrique Caamano, 15 anos, conheceu a iniciativa por acaso.

– Minha mãe mandou eu ir no mercado. Um amigo que já fazia aulas foi comigo e, no caminho, encontrou o professor. Fiquei interessado e vim participar. Acabei me apaixonando – recorda Luís.

Marco Favero / Agencia RBS
Alunos que se destacam intensificam os treinamentos

Objetivos

Companheira de Luís na vitória de dupla mista em 2017, Luiza Canabarro, 14 anos, também ficou com o terceiro lugar na modalidade individual feminina infantil daquele ano. A jovem conheceu o projeto por meio de um cartaz que divulgava o esporte.

– Meu objetivo é ser uma treinadora. Seria incrível ensinar este esporte para mais pessoas – projeta ela.

O atual campeão brasileiro da categoria cadete é Rafael de Lima Roxo, 17 anos. Além desta conquista, ele também estava no grupo campeão da categoria por equipes.

Leia também
Moradores se unem para limpar bairro e criam praça com brinquedos feitos com pneus em Cachoeirinha

– A gente se dedica intensamente para chegar ao objetivo máximo, que é participação em uma Olimpíada. Quem sabe, conquistar uma medalha – torce ele. 

A edição deste ano do campeonato brasileiro será em setembro.

Marco Favero / Agencia RBS
Esporte é caro: equipamento simples chega a custar R$ 1 mil



MAIS SOBRE

Últimas Notícias