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Seu Problema é Nosso

Falta de transporte escolar atrapalha rotina de alunos de Gravataí

Desde a metade do mês de março, os estudantes enfrentam a falta do transporte escolar, que, antes, os buscava em casa. Seduc garante que serviço será normalizado em até 20 dias

17/06/2019 - 08h00min

Atualizada em: 17/06/2019 - 15h46min


Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Quando não consegue ir à aula, Nathan vai à casa de colegas recuperar o conteúdo perdido

O trajeto de estudantes entre suas casas e a Escola Estadual Emília Viegas da Rocha, em Gravataí, se tornou uma preocupação para os pais. Desde a metade do mês de março, os alunos enfrentam a falta do transporte escolar, que, antes, os buscava em casa. O problema, que gera gastos para as famílias, tem atingido principalmente moradores da zona rural.  

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A dona de casa Maria Angelina Wulff de Oliveira, 54 anos, é mãe do estudante Nathan de Oliveira Nayfinger, 15 anos, que cursa o 1º ano do ensino médio na Escola Emília. Segundo ela, a interrupção do transporte acontece com novos alunos, como seu filho, pois ainda não estão autorizados na listagem da van escolar. Eles moram na Estrada da Cascata, que fica a cerca de oito quilômetros do colégio. 

Aflita com a situação do filho, que precisa sair de casa antes do dia clarear, às 6h, e caminha cerca de 1,5 quilômetro até a parada mais próxima, Maria procurou a escola e a 28ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) para obter esclarecimentos. Contudo, ela não teve uma previsão de normalização do serviço.

— Para que não precise ir caminhando até a parada, que fica na RS-020, damos um jeito dele pegar uma carona. Mas, infelizmente, ele tem faltado aulas — afirma a dona de casa. 

De acordo com Maria, é a primeira vez em cinco anos de uso do transporte que o serviço está com problema. Para não perder todo o conteúdo, ela conta que Nathan vai até a casa dos colegas recuperar o que perdeu das aulas.  

Frustação

Outra mãe, que pediu para não ser identificada, está sofrendo o mesmo problema com suas duas filhas. A família mora no Parque Itacolomi, que também fica a cerca de oito quilômetros da escola. Uma das meninas, estudante do 6º ano do ensino fundamental, chora ao ser obrigada a faltar à  aula quando chove. Como a família não tem carro, o pai precisa fazer oito viagens de moto para levar as meninas até a escola, totalizando 64 quilômetros por dia.

Quando chove, nem mesmo capas de chuva facilitam a ida ao colégio.

— Na chuva, é difícil as duas irem pra aula. Por insistência delas, a gente leva, mas se molham. Nem paramos para avaliar os custos, pois não temos o que fazer. Aplicativos de transporte não vêm aqui. Ônibus não passa. Me preocupa que isso interfira no aprendizado delas — relata a mãe.

Mais de 250 alunos afetados

Procurada pela reportagem, a vice-diretora da Escola Estadual Emília Viegas da Rocha, Rita Santi, confirmou que muitos alunos estão faltando às aulas por causa da indisponibilidade de transporte. 

— Muitos deles dependem de caronas ou de ônibus. São 253 afetados — afirma a vice-diretora. 

O número de alunos prejudicados corresponde a quase metade do total de atendidos pela escola: 564 estudantes nos três períodos. Questionada sobre a preocupação com esses alunos, a vice-diretora projeta estudos compensatórios visando à recuperação do conteúdo perdido. 

Seduc garante normalização em 20 dias

A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) informou que o transporte escolar da Escola Estadual Emília Viegas da Rocha, de Gravataí, será normalizado em até 20 dias. Conforme a Seduc, foi elaborada uma nova licitação, com a mesma transportadora, para atender os estudantes. Contudo, não foi explicado o motivo de os novos estudantes não estarem contando com o transporte. 

Questionada se mais escolas estariam enfrentando o mesmo problema, a Seduc, em contato com a 28ª CRE, afirmou que apenas duas escolas estão sem transporte escolar: a Emília Viegas da Rocha e a São Paulo.

Produção: Ásafe Bueno e Caroline Tidra

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