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Porto Alegre

Novos Albergues da Capital devem abrir na semana que vem

Cada um dos dois locais terá capacidade para receber 75 pessoas em situação de rua

28/08/2019 - 18h51min

Atualizada em: 29/08/2019 - 05h01min


Alberi Neto
Alberi Neto
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André Ávila / Agencia RBS
Local atual deixará de funcionar quando novos albergues forem inaugurados

Os dois novos albergues da Capital — resultado de uma parceria entre a prefeitura e a Associação Beneficente Projeto Restaurar — já têm data para abrir as portas. Segundo o diretor-presidente da Restaurar, Ricardo Poganski, a inauguração deve ocorrer na semana que vem, dia 2 de setembro. No final de julho, o Diário Gaúcho mostrou que a ideia da administração municipal era iniciar o atendimento nos novos espaços, que substituirão o Albergue Municipal, ainda na segunda quinzena de agosto. Ricardo explica que ainda estão sendo executados trâmites legais para a criação dos dois novos albergues.

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— São questões de cartório. Como já temos outros albergues, em Alvorada e Viamão, é como abrir uma filial. Mas será inaugurado no primeiro dia útil de setembro — garante o diretor-presidente da Restaurar.

O responsável pela associação beneficente adianta a localização dos dois novos espaços. Uma casa estará no bairro Floresta, na Rua Sete de Abril, próximo à região central da cidade. O segundo albergue ficará na Avenida do Forte, no bairro Vila Ipiranga, Zona Norte. Os locais funcionarão diariamente, das 19h às 7h. Além do dormitório, será oferecido aos frequentadores jantar, café da manhã e banho.

Polêmica

Atualmente, os pontos estão passando pelas reformas necessárias para receber os moradores. Entre estas, a compra de alguns materiais também é necessária. E um pedido de auxílio publicado pela Associação Projeto Restaurar nas redes sociais causou polêmica. No texto, foram listados itens necessários para os albergues — como geladeira, ventiladores e fogões industriais — e seus valores. Uma conta para depósito de doações também foi disponibilizada. 

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A ação foi repudiada pelo Movimento Nacional da População de Rua do Rio Grande do Sul (MNPR-RS). O movimento publicou nota em sua página no Facebook informando que "a entidade que vai abrir os albergues, mesmo tendo recebido verbas públicas, estava pedindo donativos nas redes sociais". O MNPR-RS também é contrário ao processo adotado pela prefeitura, de passar a gestão do albergue a uma entidade civil, alegando que a associação Restaurar é uma "entidade extremamente religiosa, que, provavelmente vai ter um olhar bastante moralizador e preconceituoso sobre as pessoas em situação de rua".

O MNPR-RS criou um abaixo-assinado online contra o fechamento do Albergue Municipal. Até a tarde de ontem, dia 28, 782 assinaturas já haviam sido obtidas. 

Pedido de doação é permitido

O diretor-presidente da Restaurar garante que o trabalho da entidade é "conhecido por ser sério, por ajudar pessoas a saírem da rua, conseguirem emprego e mudarem suas realidades". A associação existe há 25 anos. 

— Vamos fazer este trabalho de excelência em Porto Alegre. A entidade é religiosa, mas com respeito a qualquer outra religião. Somos acostumados a atender e respeitar todos, sem desrespeitar religião, orientação sexual ou qualquer outro fator — explica Ricardo.

Em relação aos pedidos de doações, o diretor informa que a entidade é filantrópica e, por isso, busca captar recursos sempre que pode. Ele garante que "a qualidade do serviço prestado se mantém graças ao auxílio de pessoas e empresas que ajudam a entidade há muito tempo". 

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Conforme a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) informou, em nota, "o Projeto Restaurar recebeu recursos da prefeitura para a implantação dos dois albergues". O valor do repasse para cada estabelecimento foi de R$ 30 mil. Além disso, a entidade receberá R$ 180 mil mensais para administrar os dois pontos.

Mesmo assim, a Fasc cita que "as organizações da sociedade civil, de praxe, possuem um setor de captação de recursos, independente das parcerias públicas firmadas, com o objetivo de qualificar ainda mais as ações". Assim, não há ilegalidade nos pedidos de doações.


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