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Final de ano

Itens típicos das ceias de Natal e Réveillon estão em média 8,5% mais caros no RS

Pesquisa apontou que preços tiveram alta em relação ao mesmo período de 2018. Mesmo assim, vendas devem crescer 9,5% nos supermercados gaúchos

16/12/2019 - 05h00min


Alberi Neto
Alberi Neto
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Félix Zucco / Agencia RBS
Expectativa é de que cerca de 4 milhões de panetones sejam comercializados

Com a chegada do Natal e do Ano-Novo, encontros de familiares, amigos e colegas de trabalho se acumulam. E, junto a isso, também surgem os gastos com alimentos e presentes. Neste ano, aliás, quem precisar ir as compras durante o mês de dezembro sentirá um peso maior no bolso. A razão é o aumento do preço de itens típicos de Natal e Réveillon.

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Conforme pesquisa encomendada pela Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), os produtos de fim de ano estão, em média, 8,5% mais caros do que eram nas festas de 2018. Este número é quase três vezes maior do que a inflação acumulada dos últimos 12 meses, que está em 3,27%, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, o aumento de preços é bem superior ao registrado pela mesma pesquisa em 2018, quando a alta era de 0,9%.

Segundo os dados apresentados pela Agas, este salto nos preços foi puxado, principalmente, pela elevação do dólar. O índice foi alavancado por produtos como pescados e bacalhau, que ficaram 12,5% mais caros, vinhos e eletrodomésticos (+10%) e itens de bazar (+8,6%). Nesta lista de compras, ainda existem outros itens que subiram de valor, mas ficaram abaixo da média de 8,5%. E, entre estes, está a carne bovina, que teve aumento médio de 7%. Ainda abaixo da média de aumento, os espumantes subiram 6,3%, e os brinquedos, 6,7%.

Félix Zucco / Agencia RBS
Carne foi um dos produtos que subiu

Vendas

Como é bem difícil desviar de todos os gastos de final de ano, mesmo com esse aumento nos preços, a Agas estima que os supermercados gaúchos terão um crescimento de 9,5% nas vendas de Natal e Ano-Novo, na comparação com o mesmo período do ano passado. Este número também é maior do que no ano passado, quando a expectativa de aumento das vendas era de 3,6%.

Parte do valor investido nas compras virá do pagamento do 13º salário, conforme a estimativa da Agas. Deste benefício, cerca de R$ 2,8 bilhões devem ser injetados, sobretudo, em compras de itens típicos para as festas, como aves natalinas, bombons, espumantes, lentilha, bebidas e presentes. Além destes produtos, o tradicional panetone deve ter cerca de 4 milhões de unidades comercializadas. O valor do produto varia de R$ 5 a R$ 100. 

A Agas calcula, ainda, o preço médio de produtos frequentemente presentes nas listas de compras. Com isso, é possível comparar dados de 2018 e 2019. O preço médio do quilo da costela bovina, por exemplo, foi de R$ 19,96 para R$ 20,59 — acréscimo de 5,26%.

Consumidores sentiram o aumento

Nos corredores de supermercados, olhos atentos já caçam os melhores preços. E esse é um exercício que tem exigido atenção. Para a funcionária de frigorífico aposentada Lacir da Rosa, 68 anos, os produtos "estão bem mais caros neste ano". Ela acredita que terá de pesquisar o maior número de locais possível para conseguir achar um preço justo. 

— Estou começando a fazer as compras para o Natal (na sexta-feira passada), tentando achar um panetone — explica Lacir.

O sentimento de acréscimo nos preços foi o mesmo da dona de casa Maria Bica, 76 anos:

— Começa lá na feira, vem para as prateleiras, a padaria, o açougue... Tudo está caro. Com essas festas, a gente acaba gastando ainda mais. 

A cuidadora Ivana Tortorelli, 34 anos, também começou a pesquisar preços na semana passada. Ela conta que normalmente passa o Natal na casa da mãe, e as compras são divididas entre quem vai ao encontro. Assim, o objetivo é que se gaste menos, porém, Ivana acredita que todos os itens essenciais da ceia tiveram aumento — o que vai pesar no bolso.

— Os alimentos, principalmente, parecem ter subido bastante de preço — conta ela, acompanhada da filha Isabelli, oito anos, enquanto procurava por um panetone com melhor preço.

Félix Zucco / Agencia RBS
Lacir estava buscando o panetone mais barato

Crescimento também no varejo

Dados divulgados pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL/POA) apontam que a data mais importante para o varejo deve registrar um crescimento entre 3% e 4% em relação ao ano passado no Rio Grande do Sul. O estudo divulgado pela entidade estima que sejam movimentados R$ 2,08 bilhões na Região Metropolitana e R$ 786 milhões na Capital. 

Conforme a pesquisa, as roupas continuam no topo da lista de presentes, com 74% das intenções de compra. Na sequência, aparecem brinquedos (38%), calçados (25%) e os produtos de beleza e perfumaria (24%). O valor médio de cada presente é de R$ 92, enquanto o de todas as compras somadas é de R$ 412.

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