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Seu Problema é Nosso

Exame de Jorge foi feito, mas cadê o resultado?

Jorge Luciano Passos Lucas, de Canoas, fez uma ressonância magnética em dezembro de 2019 no Hospital Universitário e ainda não conseguiu obter o laudo do exame

04/03/2020 - 12h24min

Atualizada em: 04/03/2020 - 12h24min


Arquivo pessoal / Arquivo pessoal
Sem laudo, exame virou mistério

Mesmo após diversos capítulos, a novela vivenciada pelo comerciário desempregado Jorge Luciano Passos Lucas, 43 anos, morador do bairro Niterói, em Canoas, parece estar longe de chegar ao fim. 

Jorge, que sofre de fortes dores devido a uma hérnia discal na coluna lombo-sacra (desgaste nos discos intervertebrais, que comprime as raízes nervosas da coluna), aguardava desde 27 de junho de 2018 por uma ressonância magnética da região, no Hospital Universitário (HU) de Canoas – situação mostrada pelo DG em 4 de setembro e 4 de outubro de 2019. Em dezembro passado, ele finalmente conseguiu realizar o exame, crucial para a definição do seu tratamento. 

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Porém, o alívio pelo fim da espera virou incomodação: até agora, Jorge não conseguiu ter acesso ao resultado da ressonância.

– Fui pessoalmente no hospital e me informaram que os laudos estão atrasados desde setembro. O rapaz me disse que não tem nem previsão para a entrega, mas não soube explicar o porquê – relata. 

Validade

Todos os dias, Jorge sonha com a cirurgia que deverá pôr fim a suas dores. Porém, em quase cinco anos consultando no HU, não viu nenhum avanço em seu tratamento. Deste período, a maior parte do tempo ele passou esperando: primeiro, mais de um ano para consultar com especialistas – situação também mostrada pelo DG em 4 de julho de 2018 – e, depois, mais de um ano aguardando para realizar o exame solicitado. Agora, a espera volta a lhe tirar o sono.

Para que possa marcar a reconsulta com o neurocirurgião, ele precisa estar com o resultado dos exames em mãos. Estes, no entanto, têm validade de apenas seis meses. 

Diante do histórico de demora, Jorge teme que, quando conseguir  retirar o laudo e, depois, consultar com o especialista, o exame já não valha mais. Então, uma nova ressonância seria solicitada, e mais um ano de espera viria pela frente. 

Neste ciclo que não parece ter fim, o comerciário se vê prejudicado. Se sua previsão se confirmar, esta será a segunda vez que ele precisará repetir exames por perda da validade, devido à demora nos atendimentos. 

– Quem paga por isso? Certamente, alguém deve estar ganhando em cima, porque não é possível. Enquanto isso, estou perdendo os movimentos na perna esquerda e nos braços, passando só a base de morfina – reclama.

Arquivo pessoal / Arquivo pessoal
Jorge Luciano

Normalização prevista para março

Por meio da prefeitura de Canoas, responsável pela gestão do HU, a direção do hospital reconheceu o atraso na entrega de laudos, alegando que “a instituição está em processo de substituição da empresa que fornece os laudos”. A previsão de chegada da nova prestadora de serviço é neste mês – quando, a partir de então, os resultados passarão a ser entregues em até sete dias.

Quanto aos casos com entrega atrasada e risco de perda da validade de exames, como na situação de Jorge, a direção afirma que está tomando “todo cuidado para não permitir que a validade do exame se perca por falta de laudos”. Quanto à entrega dos atrasados, o hospital informou que serão feitos mutirões para colocar em dia essas entregas, priorizando os exames de acordo com o prazo de validade do resultado. 

Questionada sobre o motivo da demora para realização do exame de Jorge – superior a um ano –, a prefeitura não se manifestou.

Produção: Camila Bengo

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