SEU PROBLEMA É NOSSO
Projeto social distribui cestas básicas na Região Metropolitana
ONG Conscientização Voluntária precisa de doações para continuar atendendo famílias carentes
Há quatro anos, a ONG Conscientização Voluntária atende a Região Metropolitana de Porto Alegre, entregando alimentos e produtos de higiene para pessoas carentes. Contudo, Shana Ferreira, 31 anos, coordenadora do projeto social, conta que os pedidos de ajuda aumentaram durante a quarentena:
– Vemos muitas notícias falando em números de desempregados e pessoas necessitadas, mas a gente só tem a verdadeira dimensão desses dados quando entra na comunidade para ajudar.
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De acordo com Shana, todas as doações para as famílias são obtidas por meio de ações voluntárias. Antes, a solidariedade já era importante para a ONG. Agora, enfrentando um aumento no número de famílias precisando de reforço na alimentação, em função da falta de condições para adquiri-la, qualquer tipo de contribuição é bem-vinda.
– Já ouvi pessoas nos chamando de chatos por ficarmos o tempo todo correndo atrás e pedindo doações para essas famílias. Porém, quando a gente entrega as cestas nas comunidades, vemos que não podemos desistir de correr atrás, porque isso significaria desistir da felicidade de alguém – conclui Shana.
Ações
A ONG, que possui em torno de 40 voluntários, realiza as entregas de 15 em 15 dias para pessoas que já são cadastradas no projeto. Além dos alimentos, o grupo também arrecada cobertores, roupas produtos de higiene, incluindo máscara e álcool em gel, para que os moradores das comunidades possam se prevenir contra a covid-19.
– Usamos a entrega de cestas básicas como ponte para chegar nas famílias mais carentes, porque geralmente elas precisam de outras coisas além de comida.
Uma das beneficiadas foi a dona de casa Mariclei dos Santos de Oliveira, 33 anos. Desempregada, a moradora da Restinga, em Porto Alegre, recebeu a ajuda do Conscientização Voluntária com materiais escolares para os cinco filhos no início do ano, e agora, durante a pandemia, também recebeu uma cesta básica:
– A ação deles veio em boa hora, pois eu já não tinha quase nada dentro de casa para dar aos meus filhos.
Voluntários querem ajudar mais famílias
Um dos voluntários, o zelador Roque Leonardo da Silva, 44 anos, diz estar orgulhoso do trabalho que o projeto faz:
– Eu vim das ruas, sei bem o que é passar necessidade. Também sei que nós não vamos acabar com a fome e a miséria, mas levar esperança para as famílias que ajudamos me faz acreditar em um mundo melhor.
O sonho de Shana, Roque e dos voluntários é de que a ONG receba cada vez mais doações para aumentar o número de famílias beneficiadas pelas ações. Por isso, eles contam com a solidariedade de pessoas que conheçam o projeto e queiram ajudar.
– Por menor que seja a doação do próximo no exercício do bem, devemos imitá- lo para que experimentemos uma felicidade duradoura. Você só se torna melhor que as outras pessoas quando se doa um pouco de si para ajudar o próximo. O ato de doar-se significa ajudar o próximo, fazê- lo feliz de alguma forma, por mais simples que seja sua ação – pontua Roque.
Produção: Thayná Souza