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Apesar das melhorias, Estrada do Nazário ainda tem trecho sem asfalto que é desafio para motoristas

Via cruza por Canoas, Cachoeirinha e Esteio

14/10/2020 - 05h00min

Atualizada em: 14/10/2020 - 05h00min


Alberi Neto
Alberi Neto
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Félix Zucco / Agencia RBS
Buraqueira obriga motoristas a fazerem manobras arriscadas

Quem precisa circular entre Canoas, Cachoeirinha e Esteio tem um caminho certeiro, a Estrada do Passo do Nazário. Via que cruza por trechos destes três municípios da Região Metropolitana, a pista tem muita importância para quem vive e passa naquela região. Porém, não recebe tratamento à altura do poder público. Há alguns anos o Diário Gaúcho acompanha a situação da pista que sofre, principalmente, pela falta de pavimentação no trecho que pertence ao município de Cachoeirinha. 

Ali, a não existência do asfalto nem é o pior problema, mas sim a buraqueira do chão batido. Para dirigir no terreno, os motoristas precisam redobrar o cuidado, reduzir a velocidade e torcer para não cair em alguma cratera camuflada pela água que costuma ficar acumulada. Atolar em algum ponto com barro também é uma possibilidade. E não bastassem os problemas para quem conduz, o ambiente também sofre com o lixo que se acumula junto ao mato e aos galhos nas margens de vários pontos da travessia. 

Buracos

Toda a Estrada do Nazário tem pouco mais de seis quilômetros. Em reportagens produzidas em junho de 2015, outubro de 2017, setembro de 2018 e julho de 2019, o Diário mostrou que a situação estava mais complicada em alguns pontos. Agora, houve melhoria no asfalto de alguns locais, tornando a circulação melhor. 

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No entanto, o maior problema segue no trecho de terra batida, com menos de um quilômetro, mas que torna a Estrada do Nazário conhecida pela infraestrutura ruim.

Quem costuma passar diariamente por ali, infelizmente, acostumou-se ao trecho de péssima qualidade. Ainda assim, durante a passagem do DG, vários motoristas protestavam da janela de seus automóveis enquanto passavam pelo local. “Tem que mostrar essa vergonha mesmo para ver são dão um jeito”, gritou um dos indignados com o descaso. 

“Vergonha”

Acostumado a passar algumas vezes ao dia pela Estrada do Nazário, o motorista de aplicativo Edson Fagundes, 53 anos, elogia o novo trecho pavimentado na parte da via que pertence à Esteio, mas critica o ponto sem pavimentação.

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– Eu já sonhei com esse pedaço asfaltado. Acho que só assim, pois não sei se vou estar vivo para ver isso pronto. É uma vergonha, só esse pedaço aí que deixa a estrada intransitável – critica ele. 

Ideia é pedir ajuda estadual

O secretário de Infraestrutura e Serviços Urbanos de Cachoeirinha, Cláudio Luiz Pinheiro, reconhece que Canoas e Esteio conseguem lidar melhor com os problemas em seus trechos da estrada, e justifica que o agravante no trecho de Cachoeirinha é o Arroio Sapucaia, que necessita de drenagem naquele ponto, além do terreno baixo na área, que causa os constantes alagamentos e, por consequência, a buraqueira do trecho.

– O que a gente faz é sempre patrolar e colocar material para tampar os buracos. O problema é que isso tem que ser feito a cada chuva, mesmo fraca, pois a água leva os materiais – explica Cláudio.

Segundo ele, asfaltar a região não resolveria o caso, pois como a região é mais baixa do que outros pontos, a água logo acabaria com a pavimentação. Por isso, o município tem mantido conversas com a Defesa Civil para elaborar um documento que deve ser encaminhado ao governo estadual. A ideia é pedir ajuda para trabalhar no local, que depende de intervenções ambientais, elevação do terreno e auxílios às famílias que vivem na região e são afetadas pelos alagamentos:

– É um problema bem complexo, só asfaltar não resolve. O município precisa de ajuda para intervir. Por isso, estamos buscando tornar isso um tema de nível estadual.

Por enquanto, não há previsão de obras mais complexas na região. Somente os patrolamentos e tapa-buracos emergenciais continuarão sendo executados pelo município. 

Lixo

Em relação ao lixo no trecho pertencente a Canoas, a prefeitura explica, em nota, que são feitas limpezas sistemáticas – a cada 10 ou 15 dias – na região e que há pontos de descarte regularizados para que as pessoas façam a entrega do lixo e outros dejetos. 

Como estão os principais trechos

A reportagem circulou novamente por toda a extensão da pista, saindo de Canoas, cruzando Cachoeirinha até chegar na zona urbana de Esteio. Confira como estão os principais trechos da via que liga as três cidades da Região Metropolitana:

Canoas

Félix Zucco / Agencia RBS
Trecho de Canoas

 Quem parte de Canoas, encontra os primeiros quilômetros com asfalto de boa qualidade e até calçada. O problema no trecho desta cidade está nos pontos de descarte de lixo, que se acumulam. Desde o lixo de casa, até móveis velhos e restos de materiais de construção, há de tudo um pouco nas margens deste ponto. Num segundo trecho, fora do perímetro urbano e em área mais rural, o asfalto apresenta alguns remendos e pequenos buracos, mas ainda é possível circular com segurança.

Cachoeirinha 

Félix Zucco / Agencia RBS
Trecho de Cachoeirinha

Há uma parte com asfalto no trecho de Cachoeirinha, mas o pavimento precisa de reparos. Além de sofrer com os efeitos do tempo, também há buracos que podem representar risco para motoristas desatentos ou que não conhecem a região. O maior problema neste trecho está na região sem pavimentação. São muitos buracos, barro e lixo acumulado nas margens da via. Em dias de chuva, o local também costuma ficar alagado, deixando a travessia ainda mais arriscada.

Esteio

Félix Zucco / Agencia RBS
Trecho de Esteio

 Desde a ponte que divide os trechos de Cachoeirinha e Esteio, a pavimentação apresenta o melhor estado de conservação de extensão da pista. O trecho segue em bom estado até alcançar o perímetro urbano de Esteio, onde o asfalto está um pouco mais velho, mas ainda em bom estado de conservação. E, diferentemente dos outros trechos da pista, o problema do lixo nas margens não é notado. O que chega na pista são alguns dos galhos da mata que cerca a região, assim como a terra.


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