Há cerca de 12 anos, os moradores da Rua Itaboraí, localizada no bairro Jardim Botânico, Porto Alegre, lidam com problemas causados por um terreno baldio que virou depósito irregular de lixo. O local tornou-se um centro de descarte para entulhos de obras, resíduos domésticos, móveis quebrados e, até mesmo, animais mortos. Um grande transtorno que gera medo à comunidade pelo risco de contrair doenças. Hoje, a população local busca por soluções para que o terreno possa ser cercado e isolado de lixos e entulhos.
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– Nós realizamos diversas reclamações através do 156 e inúmeras solicitações de limpeza e cercamento do terreno, mas sem sucesso. Agora, estamos nos mobilizando para alertar outras pessoas da região a ligarem para a ouvidoria – detalha a assistente administrativa Lucélia Gomes, 32 anos.
Lucélia é uma das moradoras da região, próxima ao terreno baldio. Segundo ela, a situação preocupa todos os moradores quanto ao descarte de lixo.
– Conseguimos visualizar que não são moradores daqui dessa região que descartam lixo no terreno, pois ( essas pessoas) vêm de carro e largam diversos conteúdos no espaço, como alimentos estragados, bichos mortos, restos de móveis e eletrodomésticos – relata.
No dia 23 fevereiro deste ano, conforme a assistente administrativa, a prefeitura atendeu os moradores e realizou a limpeza do local. Entretanto, a ação deixou resíduos de sujeira no terreno e não solucionou totalmente o problema.
– Precisamos de um isolamento do espaço e o encaminhamento da prefeitura para dar um destino a esse campo. Sabemos que as coisas não são rápidas, mas o terreno não pode ficar por isso mesmo – alerta.
Doenças
De acordo com Lucélia, esse lote era propriedade privada de uma construtora. Porém, em 2006, após várias reuniões entre a empresa, representantes da prefeitura e moradores, prefeitura e moradores, o terreno foi doado ao município. Segundo ela, um dos motivos de o local estar abandonado foi devido à obra de abertura da Rua Itaboraí que, até então, era uma via sem saída.
Além do mato alto e do acúmulo de lixo, a moradora fica preocupada com a transmissão de doenças, como a dengue, e o perigo que o terreno oferece aos moradores quanto à segurança.
– Pensamos no bem-estar do local público e da gente, para evitarmos algum tipo de doença vinda do terreno. Há cerca de um ano, por exemplo, morava uma senhora que teve a casa assaltada, e os ladrões fugiram pelo terreno baldio. Isso pode acontecer em qualquer casa, infelizmente. É uma questão de saúde e segurança – pondera.
DMLU tem feito a limpeza de área
Em 2006, a prefeitura cedeu o terreno da Rua Itaboraí para uso de uma instituição, que ficou responsável pela conservação, limpeza, manutenção e vigilância da área. Em janeiro de 2020, a entidade foi notificada, segundo a prefeitura, por ter descumprido a cláusula da permissão de uso que diz respeito à limpeza e conservação do terreno. Com isso, a permissão de uso foi revogada. Desde então, o DMLU realiza limpezas periódicas no terreno, e a última foi realizada há oito dias.
No último dia 3, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMUrb), fez uma vistoria no terreno. A pasta afirma que “ estudos já estão sendo realizados entre as secretarias de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade e Segurança para encontrar uma solução para o local”. Entretanto, não há uma previsão de obras, pois a destinação do terreno está em análise.
Produção: Vitória Fagundes