Seu Problema é Nosso
Irmãs buscam apoio para participar de campeonato de jiu-jitsu no Rio de Janeiro
Alanis e Cíntia, de Canoas, precisam arrecadar R$ 2 mil para participar de uma seletiva que ocorre no fim de julho
Nem mesmo a pandemia foi capaz de afastar as irmãs Alanis Macedo Santos, 14 anos, e Cíntia Macedo Santos, 11, do jiu-jitsu. Moradoras de Canoas, na Região Metropolitana, elas convenceram os pais a adaptar a casa para que pudessem continuar praticando o esporte mesmo durante o isolamento social que o coronavírus impôs à rotina:
– Com a pandemia tudo parou, menos as gurias. Eu deixei de ter a sala de casa para que elas pudessem continuar aprimorando o que já sabiam. Então, o sofá foi para o quarto e o tatame usado que compramos passou a ocupar o lugar dele. Ali, elas treinavam um dia inteiro, se a gente deixasse – conta orgulhosa a trabalhadora doméstica Nádia Macedo, 42 anos, mãe das adolescentes.
Esta foi apenas mais uma das adaptações na rotina da família em virtude do sonho das irmãs de viver do jiu-jitsu. Nádia conta que desde que Alanis começou a lutar, há quatro anos, muitos sacrifícios foram feitos. Em 2020, o Diário Gaúcho contou a história da atleta, que enfrentava dificuldades para continuar participando de campeonatos fora da sua cidade por falta de patrocínio. A família já fez a venda de uma moto e de um notebook para financiar a participação de Alanis em campeonatos.
Novo desafio
Com a flexibilização de algumas atividades no país, os torneios também voltaram a ocorrer. No entanto, as dificuldades financeiras permanecem. O desafio atual encarado pelas irmãs é o AJP Tour 600 de Abu Dhabi, uma seletiva que ocorrerá entre os dias 31 de julho e 1º de agosto, no Rio de Janeiro. A família recebeu uma doação de R$ 1 mil para participar do evento. No entanto, ainda faltam R$ 2 mil para que as irmãs possam ir. O valor irá cobrir os custos da mãe e das duas irmãs durante os dias do evento na cidade.
– Os campeonatos longe são sempre os mais difíceis. Para esse específico do Rio de Janeiro, eu tinha conseguido a hospedagem por um valor mais em conta, mas a menina que ia junto não vai mais, e assim acabamos perdendo – explica Nádia.
Apesar de todos os obstáculos, a trabalhadora doméstica tem convicção que o futuro das gurias é brilhante. Além disso, a dedicação de Alanis parece ter inspirado Cíntia que, segundo a família, antes dos 10 anos já começou a seguir os passos da irmã:
– Eu digo pra elas: da frente do valão para o mundo. Sei que elas terão um futuro diferente do meu por causa do esporte. Tu sabe que é bem difícil. Vemos as gurias acordando cedo, a Alanis, por ser mais velha, treina muito, ela é pura dedicação. Mas é muito nítido o amor delas pelo esporte – afirma a mãe.
Gurias tem rede de apoio
A nutricionista e proprietária da academia onde Alanis e Cíntia treinam, Camila Marini, conta como é acompanhar o desenvolvimento das irmãs:
– Ano passado, por uma questão de logística, elas vieram para a nossa academia. Apesar de muito nova, A Alanis tem um foco e uma clareza de objetivo muito grande. Ela é extremamente dedicada, tem um jiu-jitsu bem técnico. A Cíntia ainda é uma criança, mas mesmo assim ela segue muito os passos da Alanis, isso fica visível nos treinos.
Ainda de acordo com a nutricionista, a rede de apoio das gurias é um diferencial que possibilita que elas continuem almejando o sucesso.
– O pai e a mãe são muito presentes, eles acompanham e fazem de tudo pra ajudar. Elas têm uma rede de apoio muito legal e fazem por merecer cada conquista. Não tenho dúvidas que a gente vai ouvir falar muito delas nessa modalidade de esporte.
Como ajudar
/// Para doar qualquer quantia em dinheiro ou oferecer patrocínio para Alanis e Cíntia entre em contato por meio do WhatsApp: (51) 99851-5892.
Produção: Kênia Fialho