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Comunidade espera conclusão de obra em escola na Restinga

Entrega da nova estrutura é esperada há quase quatro anos

22/04/2022 - 18h16min

Atualizada em: 22/04/2022 - 18h17min


Reprodução / Arquivo Pessoal
Construção está parada desde 2018

Uma escola sem biblioteca, laboratório, pátio e com um refeitório improvisado. Essa é a realidade da Escola Estadual de Ensino Fundamental Henrique Farjat, no bairro Restinga, extremo sul de Porto Alegre.

A comunidade escolar aguarda desde 2018 a conclusão de uma obra que tem como objetivo possibilitar a ampliação dos espaços da instituição. Porém, há quase quatro anos, o trabalho foi interrompido, e a equipe escolar enfrenta dificuldades para atender os alunos.

De acordo com a dona de casa Gualconda Lima da Rosa, 38 anos, mãe de Gabriel Thomas da Rosa Machado, nove anos, aluno da quarta série, a equipe que trabalha na escola fez uma reunião no início do ano letivo para apresentar a situação aos responsáveis. Durante o encontro, foi explicado que, atualmente, a escola atende 250 alunos e, quando a obra for concluída, passará a acolher 500.

– É uma cobrança que deve ser feita por todos os envolvidos: pais, mães, professores. Se trata do futuro de uma geração – enfatiza a dona de casa.

Além dos transtornos gerados pela obra inacabada e pelos materiais de construção civil que não estão sendo utilizados, durante o período de pandemia, quando a escola ficou fechada por alguns meses, o estabelecimento de ensino enfrentou episódios de furtos.

– Pelo que nos falaram na reunião, agora a escola contratou, com recursos próprios, uma empresa de segurança privada e instalou câmeras. Mas eu, enquanto mãe, fico muito chateada com a situação – admite Gualconda.

A dona de casa explica que, atualmente, seu filho estuda no turno da tarde. No entanto, ele tem sido liberado mais cedo por conta da falta de recreio. Como o pátio da escola está inacessível para os alunos, eles têm sido liberados às 16h30min. Se os encontros ocorressem em horários normais, a saída seria às 17h30min.

Precariedade

Recentemente, a estrutura inacabada da construção passou a ter a proliferação de bichos e insetos como ratos, gambás, baratas e escorpiões. De acordo com  a mãe, um espaço em que, antigamente, funcionava uma secretaria foi adaptado para ser uma sala de aula. Além disso, um antigo vestiário foi transformado, de maneira  improvisada, em um refeitório. Lá, os alunos precisam ir em pequenos grupos, de 10 crianças.

Reprodução / Arquivo Pessoal
Deslocamento dos alunos é feito em um estreito corredor

Outro espaço temporário é a sala de professores. Hoje, o grupo de educadores se reúne na casa onde, antigamente,  morava um ex-policial militar residente. Além disso, de acordo com a mãe, a escola possui apenas dois banheiros, um feminino e um masculino, para serem  utilizados pelos alunos.

– Ficamos de coração partido, a gente não consegue fazer muita coisa. Por isso estou pedindo ajuda. A educação não parece prioridade. A sensação é de impunidade – lamenta Gualconda.

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Ela explica que, há quatro anos, escolheu o colégio “a dedo” para matricular o filho. Ela destaca a qualidade do ensino na instituição e também o trabalho de acolhimento  desenvolvido pela equipe.

Gualconda conta que, até o momento, a Secretaria de Educação (Seduc) do Estado não forneceu a informação para a comunidade escolar sobre quando a obra será retomada e concluída.

Seduc: novo processo licitatório está em andamento

A reportagem questionou a Secretaria de Educação do Estado (Seduc) sobre o motivo de interrupção da obra na escola. De acordo com a assessoria de imprensa da Seduc, “o contrato com a empresa responsável pelo serviço foi rescindido no ano de 2021. Para dar continuidade à obra e concluir os trabalhos, um novo processo licitatório está em andamento”.

No entanto, não foi informada a etapa em que o processo está nem se há uma previsão de retomada das obras. 

Também foram solicitadas informações sobre o refeitório e a sala de professores improvisados, a inexistência da biblioteca e o aumento da insegurança. Segundo a assessoria de imprensa, “em relação à segurança, a Seduc já solicitou um aditivo no contrato com a empresa de segurança que atende as instituições de ensino de Porto Alegre para incluir a Henrique Farjat na prestação do serviço. Em relação aos pequenos reparos e manutenção do espaço escolar, a equipe diretiva pode realizar por meio do repasse de Autonomia Financeira”.

Por fim, a reportagem questionou quando a  empresa de segurança passará a atender a instituição. No entanto, até o fechamento desta edição, a resposta não havia sido enviada.

Produção: Kênia Fialho


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