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Em Porto Alegre, cozinha comunitária precisa de alimentos

Projeto que surgiu no bairro Agronomia distribui mais de 250 refeições diariamente

14/04/2022 - 17h43min

Atualizada em: 14/04/2022 - 17h47min


Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Doações diminuíram nos últimos meses

Por mais que se entenda que ter um prato de comida na mesa seja o básico, essa não tem sido a realidade de muitas famílias. A crise econômica, que afeta o lado financeiro das pessoas e faz aumentar o valor dos alimentos, segue trazendo dificuldades para muitos lares cuja renda não é suficiente para se manterem. Assim, projetos que investem no combate à insegurança alimentar surgem como um suporte para essas famílias. Porém, para que consigam dar continuidade às ações, essas iniciativas também necessitam de apoiadores. 

Este é o caso da Cozinha Comunitária da Chácara dos Bombeiros, localizada no bairro Agronomia, em Porto Alegre. Em agosto do ano passado, um grupo de oito mulheres passou a preparar alimentos que, semanalmente, são distribuídos aos moradores de comunidades próximas. No total, são servidas 255 refeições. 

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O trabalho é mantido com as doações que as voluntárias recebem. Porém, nos últimos meses, a ajuda diminuiu ao ponto de elas terem de interromper o preparo dos alimentos por dois meses. No lugar dos pratos de comida, durante os meses de fevereiro e março, tiveram que distribuir café com leite e bolachas para as famílias. 

– As pessoas da vila têm vivido de bicos, com salários muito baixos. Então, o projeto busca amenizar a fome na hora. Com o aumento do valor do gás de cozinha, muitas pessoas não estão conseguindo nem preparar o alimento em casa – comenta Rosa Mendes, 56 anos, uma das coordenadoras da ação. 

Além de ser voluntária no projeto, ela integra o Conselho Distrital de Saúde do Partenon. E foi em uma das reuniões do grupo que surgiu a ideia de construírem a cozinha. 

Solidariedade 

Dorotea Soares, 53 anos, é outra coordenadora do projeto. Com 20 anos de atuação em ações sociais, hoje ela não mais trabalha, pois decidiu se dedicar aos estudos. A voluntária está concluindo o Ensino Médio para, futuramente, cursar Psicologia e construir um núcleo de atendimento psicológico na sua comunidade. Moradora do bairro, ela conta que, num dos encontros do Conselho de Saúde, falou de seu desejo em construir a cozinha. 

– Na reunião, eu joguei a proposta. Falei que não teria condições de fazer sozinha, mas que a comunidade estava precisando. A partir dali, as pessoas acolheram a ideia e montamos a cozinha na casa da Rosa – conta. 

Durante cinco meses, semanalmente, fizeram o preparo e a distribuição dos alimentos, até terem de parar devido à falta de apoio. Dorotea acredita que as doações deixaram de chegar devido ao aumento dos preços. Sua desconfiança não está longe da realidade, já que, em março, a cesta básica de Porto Alegre teve aumento de 5,5%, ultrapassando o valor de R$ 700. 

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Apoio 

Mantendo a casa apenas com o Bolsa Família, Patrícia da Silva, 24 anos, mora com seus três filhos. Ela conta que, no ano passado, por seis meses, vendeu panos de prato em sinaleiras para complementar a renda. Durante esse período, acabou engravidando e, em seguida, pegou covid- 19. Assim, precisou parar com a atividade. Hoje, a ajuda que recebe do pessoal que organiza a Cozinha Comunitária tem sido fundamental para seu sustento. 

Segundo Patrícia, sem receber pensão para os filhos, o benefício que ganha não é suficiente para comprar comida e arcar com as demais despesas do mês. Então, o projeto também tem apoiado com doações de roupas e, até mesmo, na realização de reparos em sua casa. 

AJUDE A  INICIATIVA

/// O projeto aceita doações de alimentos como arroz, feijão, massa, leite e demais produtos. Além disso, aceita colaborações em dinheiro para a compra de carnes e legumes.

/// Para saber como colaborar, entre em contato com Rosa pelo WhatsApp (51) 98480-2169.

Produção: Émerson Santos 


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