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Família reclama de espera por internação em Canoas
Idoso, de 76 anos, foi diagnosticado com um aneurisma abdominal que demanda cirurgia; prefeitura não comentou o caso
Foram as dores intensas que levaram o aposentado Zilmar de Moraes, 76 anos, a uma Unidade Básica de Saúde em Canoas. De lá, ele foi encaminhado para um especialista e consultou pela primeira vez no final de março deste ano. O diagnóstico: um aneurisma abdominal que demandaria uma internação para que fosse tratado e, na sequência, operado.
– Depois que o médico nos deu o laudo, pedindo a internação, começamos a depender da Secretaria Municipal da Saúde, mas até hoje ainda não liberaram a baixa dele – conta Naurelia Ebeling, 72 anos, companheira de Zilmar.
Segundo ela, a pasta afirma que não pode interná-lo porque não haveria vagas disponíveis. Mas, enquanto o idoso aguarda, segundo Naurelia, tem se tornado difícil fornecer a ele os cuidados básicos necessários. Ela conta que ele perdeu muito peso e não consegue mais se manter em pé para atividades básicas, tendo desmaios constantes e crises agudas de dor.
Nestes casos, a alternativa da família tem sido levar o idoso para receber atendimento médico de emergência na cidade. Nos últimos meses, ele já teria passado pelas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e pelo Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC). Em nenhuma oportunidade, porém, permaneceu internado.
Preocupação
– A situação dele é muito ruim, tanto que o médico especialista, na primeira consulta, disse que ele não tinha condições de passar pela cirurgia diretamente. Por isso, é tão necessário que ele seja internado, para receber os cuidados que não podemos dar em casa – afirma a esposa.
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Também idosa, Naurelia diz que a preocupação e os cuidados demandados por Zilmar têm afetado a sua própria saúde. Por este motivo, desde a última semana, ele deixou a casa em que mora e foi internado pelos filhos em uma clínica particular.
– É muito desgastante para quem está com ele também. Além de toda a preocupação, a gente sofre muito vendo ele ficar mais frágil – conta.
E é essa fragilidade que preocupa a família. De acordo com ela, a recomendação que eles têm recebido durante os atendimentos emergenciais é que Zilmar seria internado apenas caso o aneurisma rompesse. Diante dessa situação, a operação seria feita em regime de urgência.
A justificativa, porém, não convence a família. Naurelia explica que o medo dela e dos filhos de Zilmar é que ele não resista ao rompimento que motivaria a cirurgia, em razão do quanto ele já está debilitado.
– Às vezes, não sabemos por quanto tempo mais ele vai aguentar, nem como vamos lidar. Por exemplo, por quanto tempo poderemos mantê-lo na clínica – lamenta.
Ontem, Zilmar foi atendido em uma consulta marcada pela Secretaria Municipal da Saúde de Canoas (SMS). De acordo com Naurelia, o médico que o atendeu chegou a reforçar a necessidade de internação do idoso para tratar o problema, mas frisou que ele deverá passar por uma nova consulta no dia 1º de junho.
Questionada sobre a demora em atender o pedido médico de internação, a SMS de Canoas afirmou que não iria comentar o caso.
Produção: Guilherme Jacques