Notícias



Seu Problema é Nosso

Idosa acamada espera por vacinas

Moradora do bairro Passo D'Areia, em Porto Alegre, deveria ter tomado a quarta dose contra covid-19 há quatro meses

13/07/2022 - 15h23min

Atualizada em: 13/07/2022 - 15h24min


Arquivo pessoal / Arquivo pessoal
Maria tomou a terceira dose da vacina contra a covid-19 em outubro do ano passado

Enquanto muitos já estão com o esquema vacinal contra covid-19 em dia, a idosa Maria da Rocha Milani, 97 anos, moradora do bairro Passo D’Areia, em Porto Alegre, aguarda a quarta dose do imunizante há quatro meses. Desde 2017, por conta de alguns problemas de saúde, ela enfrenta dificuldades para caminhar. Há três anos, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), a situação piorou. Acamada desde então, Maria está sob os cuidados de sua filha, Joseila Milani, 56 anos, massoterapeuta aposentada.

LEIA MAIS:
Cecoflor recebe obras de melhorias
Educandário pede ajuda para manter atendimento

– Ela fica o tempo todo deitada, senta apenas para comer e não consegue firmar as pernas para caminhar. É lúcida, embora tenha problemas de visão e audição, o que dificulta levá-la ao posto – conta Joseila.

Portanto, em situações como esta, a vacinação ocorreria diretamente em casa. Os profissionais do posto de saúde mais próximo – neste caso, a Clínica da Família IAPI – levariam o material necessário e aplicariam o imunizante.

Joseila conta que precisou agendar somente a primeira dose, em janeiro do ano passado. As demais ocorreram dentro do esperado, com os profissionais indo diretamente à residência delas.

Em outubro de 2021, Maria recebeu a terceira dose da vacina contra a covid-19. Teoricamente, a quarta dose do imunizante deveria ser aplicada em março deste ano, quando a prefeitura de Porto Alegre disponibilizou a vacinação para a faixa etária da idosa. 

Reclamação

Desde abril, Joseila registrou três protocolos junto à prefeitura. No primeiro, ela recebeu a informação de que Maria estava na lista de pacientes e que a clínica estava sem transporte para a realização do serviço, mas que isso ocorreria na primeira semana de maio.

Como não aconteceu, Joseila seguiu insistindo. Em junho, recebeu o retorno referente ao segundo protocolo aberto. Nele, a Secretaria de Saúde informou que o Postão da IAPI – nome popular da clínica – estava com muitos profissionais doentes, inclusive infectados pela covid-19, acarretando na demora em todos os atendimentos da unidade de saúde. Ainda nessa resposta, a prefeitura orientou que, se a paciente tivesse condições, deveria ir de carro ao posto para ser vacinada com mais rapidez. 

– São cinco minutos de caminhada entre o posto e minha casa. Me sinto desrespeitada com tudo isso – comenta Joseila.

De acordo com o vacinômetro da Capital, o postão da IAPI é o segundo local que mais vacinou os porto-alegrenses desde o início da campanha de vacinação contra a covid-19, atrás somente da Unidade de Saúde Modelo, no bairro Santana. De março até aqui, a clínica localizada no Passo D’Areia já aplicou a quarta dose em mais de 30 mil pessoas.

LEIA MAIS:
Via sem asfalto e sinalização gera reclamações em Imbé
Atleta pede apoio para ir a torneio no Rio de Janeiro
Abandonada, obra de escola preocupa moradores da Capital

Gripe

Não só a imunização contra a covid-19 está em atraso para dona Maria. Nos últimos dois protocolos, Joseila também citou a espera da mãe pela vacina da gripe, que deveria ser realizada há dois meses. 

A filha conta que, em 2021, Maria tomou a dosagem somente em junho, mas deveria ter tomado em maio. Agora, a demora já é maior do que a do ano passado.

SMS diz que Maria está na lista de vacinação

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) diz que “Maria da Rocha Milani consta na listagem de acamados para recebimento de vacinas em domicílio”. Segundo a SMS, em 7 de abril, a equipe da Clínica da Família IAPI fez uma visita domiciliar para aplicar a quarta dose da vacina, mas não foi recebida. Há previsão de retorno nesta semana.  

A pasta ressalta que “o IAPI possui uma área de abrangência, com mais de 30 clínicas geriátricas que, somadas, superam os 500 pacientes” e eles têm prioridade devido à natureza do local e por viverem em grupo.

Produção: Leonardo Bender



MAIS SOBRE

Últimas Notícias