Gente, lembra que, em nossa época, era comum chamar as pessoas de retardado, lesado, maluco, pancada, debiloide e por aí vai? Essas práticas nem sempre foram entendidas como falta de educação, mas esse cenário mudou. Tratar pessoas com algum tipo de diversidade intelectual ou deficiência física tem nome: capacitismo. Isso é tão sério e grave quanto racismo ou machismo. Pode parecer frescura, mas é assunto que merece atenção. 

Sei que somos de um tempo em que as coisas pareciam ser mais simples, mas, na verdade, elas produziram sequelas que talvez nunca sejam superadas. Para entendermos, funciona assim: todos nós temos neurônios em nossos cérebros, que se organizam de maneira que define nossas habilidades de fala e demais necessidades. 

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Existem diversas formas de organização de neurônios, essa diversidade define as habilidades que temos ou deixamos de ter. Se os neurônios podem se organizar de formas diversas, nasce aí uma nova linha de cuidado. 

A neurodiversidade é o termo correto que define a condição dessas pessoas que trazem características que, às vezes, não são entendidas ou aceitas por nós. Uma criança autista não é retardada, é neurodiversa. Isso não é doença, é condição. Ela carrega habilidades que precisam ser compreendidas, explicadas e estimuladas. Só vamos conseguir trazer felicidade para essas pessoas se amadurecermos a forma como as entendemos. Elas não precisam mudar para se encaixar no mundo, mas o mundo é que tem que mudar – e está mudando.