Notícias



Seu Problema é Nosso

Após mais de um ano, moradora da Capital consegue fazer ressonância

Rosane teve três consultas marcadas esse ano para apresentar os resultados do exame ao médico, mas todas as vezes foi de mãos vazias

20/12/2023 - 16h44min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Arquivo pessoal / Arquivo pessoal
Agora Rosane vai tentar solicitar uma ressonância para o outro joelho, que também dói.

As dores nos joelhos ainda incomodam a vendedora aposentada Rosane Machado, 61 anos, mas agora o médico que a atende poderá avaliar melhor o seu caso e o tratamento adequado. É que, depois de um ano e três meses de espera por um exame de ressonância magnética, ela foi chamada para realizar o procedimento no domingo passado (17), na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. 

Em setembro, o Diário Gaúcho contou que Rosane estava esperando pela ressonância desde o mesmo mês do ano passado. Mas foi só na quarta-feira passada (13) que ela recebeu a ligação da Secretaria de Saúde da Capital informando que poderia pegar o encaminhamento para realizar o exame. Isso está dentro do período estipulado pela prefeitura de Porto Alegre, que, naquela vez, informou à reportagem que pretendia reduzir filas de diversos procedimentos até o final do ano. Ela deve receber os resultados em uma semana. 

Consultas

Rosane tinha uma consulta marcada de antemão com o fisiatra, médico especializado em medicina física e reabilitação, para o início deste mês e esperava levar o resultado do exame para avaliação. Porém, a sua vez na fila do procedimento só chegou depois do encontro com o profissional. Agora, a moradora do bairro Santa Tereza, na Capital, precisa esperar que a agenda de consultas abra novamente, no ano que vem, para que consiga marcar a ida ao especialista. 

Neste ano, Rosane teve três encontros com o fisiatra. Eles foram marcados para que ela levasse o resultado do exame, mas, em todos, ainda não o tinha em mãos. 

E a realização da ressonância não aconteceu antes de muita indignação. Nos últimos três meses, depois de falar com a reportagem pela primeira vez, a aposentada abriu um novo protocolo na Ouvidoria da Secretaria da Saúde e foi diversas vezes ao posto perguntando sobre sua posição na fila de espera. Nunca recebeu respostas. 

– O médico disse que eu estou com três centímetros de diferença de uma perna para outra. A dor já está subindo para o cóccix – comenta. 

Dores 

Durante a espera, a articulação da outra perna também começou a doer e prejudicar sua qualidade de vida. Segundo Rosane, hoje, ela chega a doer mais do que a que originou a busca pelo médico. Quando a aposentada conseguir consultar novamente o médico, no ano que vem, ela pretende pedir a solicitação de novos exames, agora, para o joelho esquerdo. 

Rosane também estava fazendo fisioterapia, mas parou de ir nas sessões porque, segundo ela, são muitas pessoas sendo atendidas ao mesmo tempo, e a aposentada ainda tem medo da contaminação por covid-19. Por recomendação do médico fisiatra, ela continuou fazendo os exercícios em casa para tentar aliviar as dores. 

Um dos tratamentos possíveis para a gonartrose, doença de Rosane, é a cirurgia. Com a ressonância em mãos, o médico poderá encaminhar o procedimento. 

– Caminho bem mal, mas caminho. Eu tenho que ir parando durante o trajeto. Daqui a um tempo vou ter que começar a usar bengala. Eu vivo com dor e me entupindo de remédio – desabafa.

Produção: Caroline Fraga



MAIS SOBRE

Últimas Notícias